Florianópolis tem problemas de mobilidade por conta de políticas centradas no automóvel, mas o cenário na cidade começa a mudar
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Um estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) apontou que Florianópolis (SC) tem o pior índice de mobilidade entre 21 capitais brasileiras analisadas. A cidade também foi classificada pelo Waze Satisfaction Index de 2017 como a pior do Brasil para se dirigir. Durante o último ano, o município começou a trabalhar pesado para reverter essa imagem.
Florianópolis, como a maioria das cidades do mundo, centralizou seu planejamento de mobilidade urbana no uso do automóvel, mas essa tendência pode ser revertida com a implementação de políticas públicas aplicadas de forma estratégica.
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Apesar de a infraestrutura seguir um modelo de baixa densidade, com um desenho urbano que prioriza o transporte privado, Floripa tem conseguido implantar iniciativas para melhorar a sua mobilidade. No último ano, a capital catarinense se voltou para diversificar os seus modais e já apresentou crescimento de 7% no uso do transporte público.
O Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), em associação com diversas secretarias do município, implementou a Rede de Espaços Públicos, que tem o objetivo de ampliar a participação da comunidade nas decisões da cidade.
Confira algumas melhorias.
A prefeitura desenvolveu um manual para garantir o cumprimento das diretrizes legais e orientar os cidadãos no projeto e na execução das calçadas. O documento ilustra as recentes atualizações de normas e traz novas definições em relação à instalação de pisos táteis e ao dimensionamento de rampas para travessias.
O programa tem como objetivo garantir acessibilidade universal, base para calçadas qualificadas e outros elementos que devem ser considerados para fomentar a caminhabilidade.
O projeto promove intervenções de acalmamento do tráfego, com medidas de redução de velocidade dos veículos motorizados e criação de ambientes públicos mais seguros para pedestres e ciclistas. Ações rápidas e simples de urbanismo tático, como a pintura sobre o espaço público, permitem alterações em pontos estratégicos, abrindo as portas para um caráter mais experimental e palpável no campo de planejamento e desenho urbano.
A reinauguração da ponte Hercílio Luz permitiu a reabertura da via para ciclistas e pedestres e gerou grande impacto para a mobilidade. Apenas nos primeiros cinco dias após a reinauguração, mais de 1 milhão de pessoas cruzaram a ponte. A via estava fechada para pedestres e ônibus desde 1991.
O que considerar em um bom planejamento de calçadas?
O projeto Ponte Viva procura estabelecer um processo contínuo de planejamento e gestão do seu entorno. As primeiras iniciativas contemplam a conectividade com diversos modais e a implantação de infraestruturas básicas para lazer e turismo.
Florianópolis realizou o mapeamento do conjunto de infraestrutura existente e planejada para incentivar a ampliação do uso de bicicletas na cidade. A prefeitura tem projetos para dobrar a estrutura cicloviária municipal com a implantação de 80 quilômetros de ciclovias e sinalização de ciclorrotas.
Fonte: Anuário do Transporte da Confederação Nacional de Transportes (CNT), NSC Total, Caos Planejado, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Ponte Viva