O futuro do Brasil: como funcionam os caminhões autônomos

6 de janeiro de 2020 5 mins. de leitura

O desenvolvimento de caminhões autônomos já vem sendo desenvolvido há anos e promete mudar a realidade do setor de transportes no país

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No Brasil, a maior parte da produção agrícola é escoada por caminhões que cruzam as estradas, conduzidos por motoristas que passam incontáveis horas dirigindo para transportar diversos materiais.

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Mas, será que a profissão de caminhoneiro não está com os dias — ou anos — contados? Atualmente, diversas empresas já têm desenvolvido projetos de caminhões autônomos que, em alguns casos, além de dispensarem a presença do motorista, aboliram até mesmo a cabine.

Muitas inclusive já realizaram viagens com os veículos nos Estados Unidos. A Daimler Trucks, em parceria com a empresa de tecnologia Torc Robotics, começou os testes com caminhões autônomos em rodovias no sudoeste da Virgínia, base da Torc. Por questões de segurança, as viagens foram acompanhadas por um engenheiro, que supervisionou o funcionamento do sistema, e um motorista.

Os caminhões autônomos da Daimler estão no nível 4 de automação de direção na escala definida pela SAE International (Society of Automotive Engineers). Nesse nível, o veículo pode se “autodirigir” sob condições limitadas e não funciona sem que todas as condições necessárias sejam atendidas. Já no 5, os recursos de direção automatizados do veículo fazem com que ele possa ser conduzido em qualquer condição.

(Fonte: Daimler Trucks/Divulgação)

A UPS foi além e já testou caminhões autônomos para o transporte de cargas entre Phoenix e Tucson, no Arizona. Para isso, utilizou a startup TuSimple, especializada em caminhões autônomos.

Em maio de 2019, a TuSimple já havia fechado uma parceria com o Serviço Postal americano para realizar o transporte de correspondências em um trecho entre os centros de distribuição de Phoenix, no Arizona, e Dallas, no Texas. Também no nível 4 da escala da SAE e com um engenheiro e um motorista de segurança a bordo, os caminhões autônomos da TuSimple são equipados com nove câmeras e um par de sensores.

Apesar disso, o foco da startup é desenvolver um sistema autônomo baseado na visão, semelhante ao utilizado pela Tesla em seus carros. Entre outras empresas iniciantes americanas que trabalham com caminhões autônomos estão Kodiak, Einride e Waymo.

A transição está acontecendo aos poucos, segundo aponta a pesquisa da Canalys, que estimou que 414 mil carros com funções de direção de nível 2 foram vendidos nos Estados Unidos só no segundo trimestre deste ano — o que representa 10% do total de automóveis novos vendidos no país nesse período.

Embora o mercado de carros autônomos esteja mais consolidado, no setor de caminhões o impacto da tecnologia pode ser grande. Segundo relatório escrito pelo sociólogo Steve Viscelli, da Universidade da Pensilvânia, e divulgado pela UC Bekerley Center for Labor and Education and Working Partnerships USA em 2018, os caminhões autônomos podem significar a extinção de 294 mil empregos.

Caminhão autônomo sem cabine

Se um caminhão autônomo já era uma tecnologia distante há alguns anos, o que pensar de um caminhão que sequer tem cabine? O conceito foi apresentado pela sueca Scania, em setembro deste ano, na sede da empresa em Södertälje.

(Fonte: Scania Group/Divulgação)

O protótipo AXL foi apresentado durante o Innovation Day, evento promovido pela Traton. O novo caminhão percorreu um trecho em asfalto molhado e, para mostrar a eficácia, técnicos da Scania deixaram um automóvel no meio do trajeto para que o AXL pudesse desviar. E assim foi: ele passou a aproximadamente 1 metro do carro.

Uma faixa de LEDs foi colocada em todo o caminhão, e as cores indicam a direção que o caminhão fará. Quando estão azuis, isso significa que ele seguirá em frente; já a cor vermelha aponta que ele começará a andar em marcha à ré.

Caminhões autônomos são utilizados em produção agrícola e mineração

Uma companhia canavieira do Paraná recebeu, após 2 anos de desenvolvimento, um caminhão autônomo da Volvo. A “estreia” foi em 2017, em Maringá, e o objetivo era aumentar a produtividade da cultura.

(Fonte: Caterpillar/Divulgação)

O sistema conseguiu diminuir a perda ao rodar ao longo das linhas de plantação sem esmagar os brotos da cana que ficam após a colheita. Essa eliminação de perda foi de aproximadamente 4% da produção total, enquanto o método convencional chega a 12%. No Brasil, a mudança pode gerar mudanças significativas, possibilitando o aumento de produtividade aliado à redução de custos.

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Fontes: Forbes, CNBC, The Verge.

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