Modais que contemplem a mobilidade ativa são fundamentais agora que o mundo tem buscado consolidar cidades mais sustentáveis
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Quem presenciava a retirada de bikes e patinetes elétricos em cidades de todo o Brasil no começo do ano não poderia prever o cenário atual: com o mundo inteiro em isolamento social, a bicicleta entrou em cena como a melhor alternativa para quem precisa se deslocar durante a pandemia de coronavírus, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Foi por isso que a Itália, por exemplo, lançou um incentivo para compra de bikes durante a pandemia. Bogotá (Colômbia), Berlim (Alemanha), Paris (França) e até São Paulo (SP) se valeram de iniciativas para promover o modal por meio de transformações temporárias no espaço urbano, como o alargamento de ruas e a abertura de ciclovias emergenciais, e campanhas massivas pró-pedal.
Nesse cenário, não foram poucos os municípios que durante a quarentena adiantaram planos de mobilidade que há anos esperavam para sair do papel. Em muitos lugares, interferências de curto prazo no espaço público têm servido de modelo para projetos permanentes a partir de estratégias de urbanismo tático.
Como não poderia ser diferente, a estrela desse movimento é a mobilidade ativa. E é sob essa nova dinâmica que a micromobilidade retorna ao centro dos debates.
Uma mesa redonda promovida pelo Cities Today Institute mostrou essa nova tendência. No evento, vários líderes de transporte da América do Norte concordaram que a pandemia destacou de que maneira os serviços de micromobilidade, como scooters alugados e bicicletas compartilhadas, passam agora a ser parte crucial do mix de transporte em muitas cidades e por isso podem precisar de um suporte maior.
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Segundo o instituto, embora empresas do setor tenham sido negativamente impactadas com o cenário de lockdowns no mundo todo, à medida que as cidades voltam a funcionar os serviços de micromobilidade começam a ser mais do que um complemento do transporte público, tornando-se uma alternativa a ele em muitos casos — ao menos por enquanto.
Isso não apenas porque a busca de uma mobilidade mais segura frente ao coronavírus ainda é fundamental mas também porque, com o olhar voltado para cidades mais sustentáveis e melhor qualidade de vida, as pessoas tenderão a optar por modais que contemplem a mobilidade ativa.
Foi nesse sentido que recentemente, nos Estados Unidos, o Conselho da Cidade de Nova York votou pela aprovação de um programa piloto de bicicletas e scooters após anos com a proposta em debate. Outro exemplo vem do Reino Unido, que acelerou regulamentos para permitir testes com e-scooters.
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Segundo um artigo publicado pelo Cities Today, a Ministra dos Transportes do Reino Unido Rachel Maclean entende que a proposta da micromobilidade tem tudo a ver com as atuais demandas da sociedade para o novo normal. “Quando saímos do confinamento, temos uma oportunidade única de transporte para reconstruir de uma maneira mais ecológica e sustentável”, defende ela.
Os scooters eletrônicos tendem, na visão dela, a ser fundamentais nesse período. “Eles podem oferecer o potencial para viagens convenientes, limpas e econômicas, ajudar a aliviar o fardo da rede de transporte e fornecer outra alternativa ecológica para contornar e permitir o distanciamento social”, complementa.
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