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Estudo indica os desequilíbrios presentes no transporte público do País

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Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicado no mês de maio deste ano, mostra a perspectiva do transporte público brasileiro. Além de indicar os tipos de investimentos realizados e os problemas presentes, ele também aponta soluções para que o cenário mude no País.

Ao realizar uma análise geral, o documento destaca que muitos dos problemas atuais são decorrentes tanto do processo desordenado de urbanização, quanto da priorização dos investimentos na infraestrutura para os transportes destinados ao uso individual, sobretudo a partir de 2010.

Segundo a CNI, os investimentos realizados no País deveriam duplicar nos próximos anos. Dessa forma, seria possível promover avanços no sistema e aproximá-lo dos modelos desenvolvidos na Cidade de do México e em Santiago, que possuem dinâmicas e demandas semelhantes às observadas nos grandes centros brasileiros.

Análise levou em consideração sistemas de transportes bem-sucedidos no México e Chile. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Estudo prevê a necessidade de destinar R$ 295 bilhões em investimentos

Ao todo, o cálculo aponta que seria necessário investir pelo menos R$ 295 bilhões para modernizar o transporte coletivo nas maiores 15 regiões metropolitanas (RMs) do País nas duas próximas décadas, até 2042.

Ao analisar a participação dos diferentes modais neste grupo, muitos desequilíbrios evidenciam a menor participação do transporte coletivo em um cenário em que seu uso deve ser expandido: em Curitiba, por exemplo, 49% das viagens são realizadas em transportes individuais, incluindo tanto automóveis, quanto motos, táxis e aplicativos de mobilidade.

Ainda comparando as médias ponderadas, esse valor seria de 44,6% na região metropolitana de Campinas. Em seguida, dentre as regiões avaliadas, teríamos as RMs do Distrito Federal, com 34,6%; de Belo Horizonte, com 31% e de São Paulo, com 30,6%. Na RM de Salvador e Recife, por outro lado, esse uso corresponde a 22,1% e 16,7%, respectivamente.

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Entre 1997 e 2007, o transporte sobre trilhos teve aumento da participação em São Paulo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Mudanças ampliam o desequilíbrio entre modais

Ao longo de 1997 e 2017, São Paulo teria vivenciado uma ampliação do uso do transporte via trilhos em 3,5%. Ao mesmo tempo, reduziu as viagens realizadas via ônibus em 3,3% e as ocorridas em transporte individual em 0,8%. Já em Campinas, o aumento do uso de automóveis teria sido de 10,6% entre 2003 e 2011. O transporte ativo teve declínio de 9,3%.

Vale ainda destacar que, com o impacto da pandemia e da crescente adoção do home office, as diferentes formas de deslocamento passaram por transformações. Com isso, ainda hoje, os padrões não voltaram a alcançar os patamares anteriores. Em São Paulo, os índices de uso de ônibus e metrô estiveram, em média, 25% abaixo dos valores de 2019 ao longo de 2022.

No Rio de Janeiro, por sua vez, o metrô teve 30% de redução, e os ônibus, 15%. Essa mudança, no entanto, não diminui a necessidade de modernizar os diferentes meios de deslocamento, visto que os problemas de falhas na operação, superlotação e congestionamento permanecem presentes.

Crise do transporte público coletivo tem gerado debate sobre novos modelos de financiamento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Em busca de soluções para combater a crise do transporte público coletivo

Quanto aos investimentos, o documento elenca uma série de medidas para viabilizá-los, incluindo a maior participação de parcerias público-privadas. Dessa forma, a tarifa não seria a única fonte de receita, e investimentos estrangeiros também poderiam ganhar espaço.

Ainda dentro disso, o estudo destaca a importância de buscar formas de promover a integração regional, reduzindo o isolamento e a carência de um serviço de transporte de qualidade.

Isso porque, para combater a crise do transporte público, é necessário adotar outros modelos de financiamento que sejam aderentes à realidade de cada local, mas sem deixar desassistidas as regiões com menos recursos. Para que sejam bem-sucedidos, portanto, os contratos firmados devem contemplar tanto a construção quanto a operação e a manutenção do sistema.

Fontes: Portal da Indústria

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