Pandemia causa crise no transporte público, e a Prefeitura de São Paulo terá de arcar com 74% a mais do que o previsto para o orçamento
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Devido ao isolamento social, ao home office e o ao medo de aglomerações, o transporte público deixou de ser utilizado por grande parte de seus usuários. Algumas pessoas passaram a se deslocar com menos frequência, outras têm dado preferência ao carro particular ou à bicicleta, cada vez mais incentivada no mundo todo.
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De acordo com dados da SPTrans, que gera o sistema de transporte público por ônibus na capital paulista, o uso desse modal caiu pela metade durante a quarentena. Dessa forma, a previsão dos gastos aumentou e, agora, a Prefeitura de São Paulo pagará R$ 1,7 bilhão a mais para concessionárias de trânsito.
Em relatório do mês de julho, o Tribunal de Contas do Município (TCM) apontou que o valor médio do subsídio por passageiro cresceu em relação ao ano passado. Passou de R$1,19 em janeiro de 2019 para R$2,2 em janeiro de 2020, com pico de R$4,21 no mês de abril. Após a divulgação, a SPTrans informou que esse aumento visa à proteção dos paulistanos que dependem do sistema de ônibus.
No Senado, há uma matéria em trâmite que prevê um repasse de R$ 4 bilhões para alguns estados, Distrito Federal e a municípios com mais de 200 mil habitantes. O Projeto de Lei 3364/2020 foi aprovado pela Câmara de Deputados em agosto e pretende garantir o serviço de transportes público e coletivo para passageiros em razão da pandemia.
Com a crise sanitária causada pelo novo coronavírus, gerou-se uma grande insegurança em relação ao transporte público. Em um levantamento recente feito pelo NZN Intelligence, 78% dos entrevistados disseram não acreditar que as empresas de mobilidade urbana sejam capazes de garantir a segurança sanitária da população durante os deslocamentos.
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A previsão é que as concessionárias diminuam a quantidade de veículos disponíveis para evitar um possível colapso no sistema. Isso contribui para a aglomeração no transporte.
Uma das soluções apontadas por especialistas é o “pedágio urbano”, nomeado Taxa de Utilização do Sistema Viário (TUSV), que consiste em uma cobrança por congestionamento para financiar o transporte público. Variações desse sistema são adotadas em cidades como Londres, Estocolmo e Singapura.
A cobrança ocorre de acordo com o nível de congestionamento da via. Em um local sem nenhum congestionamento, a taxa a ser paga é de zero ou 1 centavo por quilômetro. Em áreas com maior fluxo de trânsito ou em horários de pico, paga-se um valor muito mais elevado. Seria uma forma de arrecadar verba e incentivar as pessoas a utilizar o transporte público, deixando seus carros em casa.
Fonte: ViaColetivo, Agência Brasil, Mobilize.