Entidade responsável pelo setor prometeu reduzir a qualidade dos seus serviços caso não receba o auxílio em meio à crise do coronavírus
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Em todo o mundo, pedidos de auxílio estatal para o transporte coletivo reiteram: a crise no setor é global. No Brasil, representantes do segmento chegaram a defender a criação de um sistema único de mobilidade urbana como saída para esse momento em que o uso de ônibus e metrôs tem caído drasticamente. Em Nova York, as perdas não são menores, e há pouca perspectiva de melhora.
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O número de passageiros no metrô da cidade, por exemplo, despencou 90% em abril e até agora, mesmo com a retomada gradual das atividades presenciais, só atingiu um quarto da quantidade de usuários de antes da pandemia.
Foi em meio a esse cenário crítico que a Autoridade de Transporte de Nova York (MTA) pediu socorro ao Estado, ameaçando reduzir o fluxo e a qualidade de seus serviços caso não receba um auxílio de US$ 12 bilhões — o correspondente a algo em torno de R$ 64 bilhões. O valor seria destinado para a cobertura de despesas até o final do ano que vem.
No início da pandemia, a MTA recorreu às autoridades federais solicitando US$ 3,9 bilhões que deveriam cobrir perdas operacionais até o fim de 2020. Entretanto, cálculos mais recentes da organização constataram um furo ainda maior no orçamento. A projeção é de que, até 2024, o transporte coletivo nova-iorquino sofra um déficit de US$ 16,2 bilhões por conta das perdas sofridas em decorrência da pandemia de coronavírus.
O valor de US$ 12 bilhões é alto. Para se ter uma ideia, a American Public Transportation Association, grupo sem fins lucrativos que defende os interesses do setor de transporte público nos Estados Unidos, reivindicou uma ajuda de US$ 32 bilhões no próximo pacote de estímulo para as agências de transporte do país inteiro.
O que se tem feito para conter o coronavírus em ônibus e metrôs?
Ainda assim, muitas das mais de 1,1 mil empresas associadas à entidade já estão reduzindo serviços e cortando funcionários. No caso de Nova York, as iniciativas que poderão tomadas pelo MTA deverão atingir diretamente os passageiros, impactando de maneira ainda mais sensível a experiência dos usuários daqui para frente.
Quais os desafios da mobilidade para o novo normal?
“O futuro da MTA e da região de Nova York está inteiramente nas mãos do governo federal. Sem esse financiamento adicional, seremos forçados a tomar medidas draconianas, cujo impacto será sentido em todo o sistema e na região nas próximas décadas”, disse o presidente da agência, Patrick J. Foye, em entrevista ao jornal The New York Times.
Entre os principais impactos que poderão ser sentidos pelo usuário de transporte coletivo diz respeito ao tempo de espera nas estações e pontos. A MTA diz que, caso não receba o auxílio solicitado, deverá reduzir os serviços de metrô e ônibus na cidade em até 40%, aumentando o tempo de espera em oito minutos no metrô e em 15 minutos nos ônibus.
Por que diversificar e integrar formas de deslocamento?
O impacto será ainda maior nos trens urbanos da Long Island Rail Road e Metro-North, que operariam em intervalos de 60 ou 120 minutos. Além disso, atrasos já comuns causados por falhas em sistemas de sinalização do metrô perdurariam, uma vez que, sem verba extra, a modernização da sinalização não poderá ser levada adiante.
Fonte: Mobilize, Ny Times
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