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Coronavírus: como motoristas de delivery devem se proteger?

2 de abril de 2020 5 mins. de leitura
Serviços de entrega de alimentos, compras de supermercado e até remédios cresceram desde o início da quarentena

O isolamento social e o home office transformaram o cotidiano das pessoas por conta da pandemia do novo coronavírus, o que aumentou a demanda pelos serviços de delivery por aplicativo, com pedidos de alimentos, compras de supermercado e até medicamentos.

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Para preservar a própria saúde e evitar a transmissão da covid-19, entregadores e clientes devem adotar medidas preventivas de higienização.

O médico infectologista, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e consultor do Ministério da Saúde, José Luiz de Andrade Neto, indica que os pontos críticos de transmissão da doença são os momentos de retirada e de entrega dos produtos.

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Lavar as mãos com água e sabão é a principal medida a ser tomada antes de entregar os produtos e depois de recebê-los, reforça o professor. Como nem sempre os entregadores têm acesso a uma pia, o álcool em gel pode ser usado com eficiência.

Cuidados antes da entrega

O médico infectologista alerta que os cuidados devem ser tomados ainda nos estabelecimentos, antes da coleta dos produtos. Qualquer pessoa que estiver em contato com as entregas, inclusive a responsável pela embalagem, tem de manter as mãos limpas, repetindo a lavagem sempre que tocar em objetos ou superfícies.

Andrade Neto recomenda que o ideal é que exista um balcão no comércio destinado exclusivamente para a coleta de entregas e que deve ser constantemente higienizado. Ao pegar o pacote, o entregador deve evitar a proximidade com os funcionários do estabelecimento e manter distância de qualquer pessoa durante o trajeto, inclusive em momentos de descanso.

É importante que as caixas de entrega sejam higienizadas com os mesmos cuidados adotados para a limpeza do espaço de coleta. O entregador não pode colocar a caixa no chão ou em outras superfícies e deve mantê-la afastada das pessoas.

(Fonte: Nelson Antoine / Shutterstock.com)

O uso de máscaras pelos profissionais não impede a contaminação por coronavírus. Ainda assim, a medida pode ter duas funções úteis, segundo o professor: evitar que o profissional contamine outras pessoas, já que ele pode estar infectado mesmo sem sentir os sintomas da covid-19; e desestimular o contato das mãos com a boca e o nariz, diminuindo as chances de contágio.

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A realização de mais de uma entrega por viagem aumenta os riscos de contaminação, destaca o médico. No entanto, o mais importante é que os entregadores constantemente limpem as mãos, sempre antes e depois de tocar nos objetos, afirma Andrade Neto.

Além disso, os profissionais devem se alimentar adequadamente e evitar o trabalho excessivo, em especial aqueles que fazem delivery de bicicleta. “O esforço físico demasiado e o jejum prolongado deixam a imunidade mais baixa, o pode aumentar as chances de contágio”, adverte o infectologista.

Delivery sem contato físico

(Fonte: Shutterstock)

Empresas de entrega como Uber Eats, iFood, Rappi e 99 Food (serviço de delivery da 99) estão oferecendo a opção de entrega sem contato físico, na qual o cliente efetua o pagamento online e deve informar essa modalidade para o entregador pelo chat do aplicativo. O profissional deixa o produto na porta da casa ou na portaria do edifício para retirada.

Para Andrade Neto, essa é a opção ideal, pois elimina um dos pontos críticos de contaminação, que é o encontro entre cliente e entregador. Caso não seja possível, o profissional e os consumidores devem manter a máxima distância possível, tanto no momento de entrega dos produtos quanto no pagamento. Após guardar o dinheiro ou tocar na máquina de cartão, as mãos têm de ser higienizadas com água e sabão ou álcool em gel.

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Mesmo com o delivery sem contato físico, os consumidores têm de tomar alguns cuidados: ao entrar em casa com a entrega, o infectologista recomenda que descartem imediatamente o pacote utilizado para o transporte e limpem a embalagem dos produtos.

Em caso de suspeita

Os profissionais que apresentarem sintomas da covid-19 e precisarem se afastar de suas atividades podem contar com um auxílio dos aplicativos de delivery. Rappi, 99 e Uber Eats oferecem ajuda de custo que varia de 14 dias a 28 dias em casos de suspeita ou confirmação de contaminação pelo novo coronavírus.

O iFood criou um fundo emergencial para os entregadores e passou a oferecer plano de saúde. Na Loggi, os profissionais são contratados como Microempreendedores Individuais (MEI) e contam com a cobertura de benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), como auxílio-doença.

Fonte: Agência Brasil, Estadão, ICTQ, Abrasel, PUCPR

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