Covid-19: capitais criam rodízio de gênero para evitar aglomerações

28 de abril de 2020 4 mins. de leitura

Medida já foi implementada na Colômbia, no Peru e no Panamá

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O deslocamento de ônibus, trens ou a pé pode expor as pessoas à contaminação pelo novo coronavírus. Em vista disso, cidades em todo o mundo têm criado medidas para diminuir aglomerações nas ruas, desde exigir distanciamento entre as pessoas nas calçadas até limitar o número de passageiros no transporte público.

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Mas outra medida tem chamado atenção em algumas capitais da América Latina: o rodízio por gênero, com dias em que apenas os homens podem sair às ruas e outros em que somente as mulheres têm essa permissão.

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O Panamá foi um dos primeiros países a lançar mão dessa estratégia. Pela regra, as mulheres podem sair de casa para realizar atividades essenciais às segundas, quartas e sextas-feiras, enquanto os homens podem circular apenas às terças e quintas-feiras e aos sábados. Aos domingos, todos ficam em casa.

Rodízio de gênero em Bogotá

Em abril foi a vez de Bogotá limitar os deslocamentos pela cidade com base no gênero. Em seu perfil no Twitter, a prefeita Claudia López explicou: “dias ímpares homens, dias pares mulheres”. Contudo, existem algumas exceções: trabalhadores de indústrias essenciais, como alimentos e saúde, podem circular todos os dias, assim como pessoas que passeiam com cachorros, mas apenas por 20 minutos diários.

Bogotá também adotou o rodízio entre homens e mulheres nas ruas
Bogotá adotou o rodízio de gênero para conter a expansão da covid-19. (Fonte: Wikimedia Commons)

Segundo López — que é a primeira mulher e a primeira pessoa assumidamente LGBT no comando da cidade —, cada pessoa pode seguir a regra de acordo com a própria identidade de gênero, e as autoridades devem respeitar as “diferentes manifestações de gênero”.

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Outro país que adotou a quarentena baseada no gênero foi o Peru, com as mesmas regras aplicadas no Panamá. Porém outras medidas de isolamento foram sistematicamente desrespeitadas por lá: mais de 60 mil pessoas foram detidas por violar as regras, e até mesmo policiais foram flagrados em reuniões sociais.

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Isso contribuiu para que os casos da doença aumentassem de maneira exponencial no país. Em 21 de abril, de acordo com informações da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, o Peru tinha 17,8 mil casos confirmados de covid-19, contra pouco mais de mil no início do mês. Contudo, vale a pena observar que parte desse aumento nos registros se deve ao maior número de pessoas testadas.

Casos de covid-19 dispararam no Peru, depois que medidas não foram respeitadas
Casos de covid-19 dispararam no Peru depois que rodízio não foi respeitado. (Fonte: Unsplash)

Outras formas de rodízio adotadas

Em outras regiões da Colômbia, a permissão para circular não é baseada no gênero, mas sim no número de identificação nacional. É o caso de Barrancabermeja, cidade de aproximadamente 200 mil habitantes, localizada no norte do país. As pessoas cujos documentos terminam com os dígitos 0, 7 ou 4 podem sair de casa às segundas-feiras; já aquelas cujo último número é 1, 8 ou 5 podem circular às terças-feiras. De acordo com reportagem da BBC News Brasil, medidas semelhantes foram adotadas na Bolívia.

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Enquanto isso, no Rio de Janeiro (RJ), a prefeitura determinou uma escala de horários para o funcionamento de diferentes setores. Dessa maneira, padarias podem abrir às 5h, farmácias às 7h e mercados às 8h, evitando que os trabalhadores precisem usar o transporte público nos mesmos horários.

Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro, BBC News Brasil, Estadão, Universidade de Johns Hopkins

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