Entenda por que essa modalidade pode garantir mais eficiência no transporte, menos poluição e congestionamentos
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A greve dos caminhoneiros de 2018 mostrou a dependência do Brasil em relação à matriz rodoviária e a necessidade urgente de aumentar o transporte intermodal no País, com o uso combinado de soluções mais baratas e ecológicas. Isso traz à luz o debate sobre o transporte intermodal.
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O transporte intermodal é a utilização integrada da cadeia de transportes. A intermodalidade permite a avaliação de possíveis gargalos quanto a custos de transbordo, à capacidade de terminais e à competitividade dos modos de transportes.
O principal objetivo desse tipo de transporte é o uso do melhor modal para cada trecho, reduzindo os custos e aumentando a eficiência da logística. A escolha do modo de transporte depende de diferentes fatores, como o tipo de produto, o período de realização da viagem, o tamanho da rota, a quantidade e a frequência dos despachos.
Também devem ser considerados a estrutura logística, como capacidade de armazenagem, a extensão geográfica do mercado e o acesso aos terminais ferroviários, portos, serviços de coleta e de distribuição.
A intermodalidade deve observar ainda o custo de cada viagem (incluindo a carga e a descarga) e de transbordo, o pagamento de seguro e armazenagem, bem como as questões de segurança, regularidade e confiabilidade dos modais.
O transporte intermodal pode ser muito benéfico, principalmente em regiões onde um meio de transporte pode ser mais viável do que outro. A principal vantagem é a identificação das melhores alternativas para a entrega das mercadorias.
A intermodalidade também propicia a diminuição dos custos nas operações, a redução do movimento nas rodovias e o aumento da segurança em relação ao transporte, ainda promovendo economia no consumo de energia, horários alternativos para o transporte de carga e aumento da competitividade.
A concentração em um modal de transporte prejudica o meio ambiente e tem impacto nas mudanças climáticas globais. De acordo com a Confederação Nacional de Transporte (CNT), todo o setor de transporte brasileiro é responsável pela emissão de 22,8% de gás carbônico (CO2) do Brasil, e cerca de 90% das emissões têm origem apenas na estrutura rodoviária.
Os veículos pesados, com uma frota estimada de 4,5 milhões de caminhões, caminhões-tratores, ônibus e micro-ônibus emitem grandes quantidades de poluentes. Isso acontece porque a maioria desses veículos utiliza o diesel (considerado um grande vilão) como combustível.
As rodovias brasileiras são responsáveis por levar, entre outros produtos, toneladas de commodities que poderiam ser transportadas com impacto ambiental e custo econômico menores, por meio de vias férreas ou ainda pelo transporte fluvial ou marítimo. No entanto, o Brasil historicamente realiza poucos investimentos nesses outros modais.
De acordo com o Relatório Executivo do Plano Nacional de Logística (PNL) 2025, 65% das cargas do País são transportadas por uma malha de alta capilaridade de rodovias. Para muitos especialistas, esse modal deveria ser utilizado apenas para os transportes de pequeno e médio volumes e pequenas distâncias. No entanto, por falta de infraestrutura de outros modais, grandes cargas atravessam o território brasileiro para chegar aos centros consumidores ou aos portos.
Referências para o texto: CNT, Plano Nacional de Logística 2025, BSoft, Datamex, Canal Agro.
Crédito da imagem de capa: andrerosa / Shutterstock.com
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