Empresas do setor acreditam que impacto financeiro pode chegar a mais de 80% de queda no faturamento
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O impacto financeiro da queda no faturamento causada pelo novo coronavírus pode levar empresas de transporte à falência. A demanda de passageiros do transporte público sofreu redução de 70% a 80% nas principais cidades brasileiras, mas o setor continua operando para atender às necessidades de deslocamento de profissionais de saúde e de outros serviços essenciais.
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostra como as empresas do segmento estão reagindo frente à pandemia e aponta que 69,5% das companhias de transporte já sentiram impactos negativos.
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Mais de 97% das empresas de ônibus regulares e de ônibus urbanos foram afetadas pela pandemia. Com relação ao segmento de metrô e trens, quase 78% das consultadas indicam que o balanço financeiro foi atingido de forma negativa pelo vírus.
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O principal problema, apontado por 71% dos empresários, é a queda no faturamento. Mais de 80% dos representantes da área acreditam que a receita deve diminuir ainda mais nos próximos dias, mas os custos de operação continuarão pressionando o balanço financeiro.
Os custos fixos dos serviços de transporte coletivo de passageiros na maioria das cidades brasileiras giram em torno de 51%, inclusos basicamente pagamentos a empregados e depreciação dos veículos. Aproximadamente 41% das empresas afirmam que a capacidade de pagamento de salários está muito comprometida, o que tem levado a alternância de turnos, férias coletivas, uso de banco de horas e até demissões.
Um terço das empresas acredita que os efeitos da crise vão durar de quatro meses a oito meses, e cerca de 20% creem que as sequelas podem durar um ano, o que poderá enfraquecer e até levar muitas à falência. O setor alerta que, sem financiamento ou ajuda, mais da metade das companhias não sobreviverá muito tempo.
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Com a queda de 75% no número de passageiros, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o Metrô de São Paulo devem registrar prejuízo de aproximadamente R$ 500 milhões, conforme informações da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo.
Segundo a sondagem da CNT, 51,9% dos empresários do setor julgam que a prioridade do poder público deve ser a criação de linhas de crédito com prazos maiores e juros reduzidos. Para 43,3% das companhias, a suspensão da cobrança de PIS-Confins também pode ser uma alternativa.
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Entre outras propostas solicitadas ao poder público estão a aquisição de R$ 2,5 bilhões por mês em créditos de transporte, fornecimento de óleo diesel a preço de custo e suspensão temporária de contratos de trabalho com o pagamento integral do seguro-desemprego.
Fonte: WRI Brasil, Instituto de Engenharia, Diário do Transporte, Estadão, ANTP, CNT.
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