Localizada na Região Metropolitana de Fortaleza, Smart City Laguna foi pensada para famílias de baixa renda
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A pequena São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, tem pouco mais de 40 mil habitantes. Além de abrigar um dois maiores portos do Brasil, o município conta agora com a primeira cidade inteligente social do mundo, conforme define a Planet Smart City, empresa italiana que está à frente do projeto em andamento desde 2015.
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Com ruas largas e arborizadas, residências bonitas, personalizadas e com belas varandas, a Smart City Laguna é parecida com as cidades inteligentes projetadas para a classe média alta em países da Europa e da América do Norte. No entanto, é voltada para a população de baixa renda.
Para se ter uma ideia, no lançamento da proposta, em 2018, um terreno custava em torno de R$ 30 mil. O valor de uma casa (as dimensões vão de 47 m² a 75 m² ) variava entre R$ 95 mil e R$ 145 mil. Para adquirir um imóvel, o interessado deve ter renda familiar de R$ 2,6 mil, valor enquadrado na faixa 2 do programa federal Minha Casa Minha Vida (MCMV).
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A cidade começou a ser construída em 2015. A previsão é de que o espaço ancorado aos conceitos de tecnologia, planejamento e sustentabilidade receba em torno de 25 mil moradores até a conclusão de sua última fase.
São 330 hectares. Desses, 620 mil metros quadrados correspondem a áreas verdes distribuídas por toda a cidade. O projeto comporta aproximadamente 7 mil lotes, entre residenciais, comerciais e empresariais.
A construção de cidades inteligentes tem sido frequente nos últimos anos, sobretudo em países como o Canadá e a Itália. Porém, segundo a cofundadora e diretora-executiva da Planet, Susanna Marchionni, a grande diferença da Laguna está no público ao qual ela se destina. “Existem várias smart cities no mundo, mas o público-alvo é de ricos. E essa cidade é de todos, é aberta para todos”, argumentou a executiva em entrevista ao portal Rede Brasileira.
Com forte apelo sustentável, a Smart City Laguna conta com duas lagoas: dos Flamingos e da Vitória Régia. O projeto prevê que ambas tenham suas margens tratadas com mata ciliar, integrando um parque ecológico de 21,5 hectares, que servirá como espaço de convivência social onde todos poderão praticar exercícios e atividades culturais das mais diversas.
Além disso, a proposta contempla ruas e ciclovias pavimentadas, horta e cozinha comunitária, a oferta de aulas de cozinha saudável e videomonitoramento das ruas em tempo real que pode ser transmitido pelo celular.
A mobilidade urbana também tem muitos pontos de destaque. Um deles diz respeito ao compartilhamento de serviços e produtos entre os moradores, que podem dividir bicicletas e carros por meio de aplicativos.
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A tecnologia facilita o dia a dia das pessoas, fomenta uma melhor qualidade de vida e otimiza processos cotidianos. A iluminação pública, por exemplo, é toda feita com luminárias de LED, o que ajuda a reduzir em torno de 70% do consumo, em comparação com as lâmpadas de vapor de mercúrio.
Ainda sobre a estrutura das ruas, há um sistema de pavimentação drenante, que, ao limitar a impermeabilidade do solo, ajuda a reduzir a remoção incorreta da água da chuva e a sobrecarga dos receptores hidráulicos ou do sistema de esgoto.
E se os veículos particulares financiassem o transporte público?
Além disso, a Smart City Laguna conta com infraestrutura digital com WiFi grátis nas áreas institucionais da cidade, serviços de mobilidade, coleta inteligente de resíduos, energia solar, câmeras, sensores, totens e rede subterrânea inteligente de eletricidade.
Mais um ponto em destaque é o Planet App, disponível para os moradores em versão Android e iOS, que possibilita o acesso a todos os serviços da cidade, o contato com outras pessoas e dados referentes ao consumo de água e energia de sua residência. O aplicativo ainda fornece um grande botão em destaque de SOS para emergências.
Toda a tecnologia de uso comum deve ficar a cargo da Planet Smart City até que as pessoas tenham condições de se organizar em associações comunitárias para, a partir daí, custear essa estrutura de forma coletiva por meio de taxas colaborativas.
A Smart City Laguna inaugura o conceito de cidade inteligente social, elaborado pela Planet Smart City. A ideia é consolidar ambientes mediante o conceito “viver além de morar”. Trata-se de um projeto-piloto que visa inspirar o desenvolvimento de estruturas similares no mundo todo, fomentando a transformação digital para cidades mais acessíveis, sustentáveis, otimizadas e seguras.
Fonte: Inbec, redebrasileira.org, Engenhariae, Revista Habitare, Planet Smart City.
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