Benefícios vão da segurança viária à economia; conheça cinco deles
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Se é verdade que o ritmo da vida urbana tem sido cada vez mais acelerado, é realidade também que isso causa uma série de problemas individuais e coletivos. O trânsito, submetido à aceleração de quem precisa se deslocar com rapidez, é desafiado a ser cada vez mais eficiente.
Porém, em todo o mundo, as cidades que são referência em mobilidade urbana têm diminuído a velocidade de suas vias. Como isso é possível? Por que gestores públicos e especialistas tomam essa decisão que parece ir na contramão da necessidade da população?
Conheça os benefícios de diminuir a velocidade nas principais vias urbanas e entenda a razão de o mundo aderir agora a esse fenômeno.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte entre 15 e 29 anos, sobretudo entre homens, que respondem por 80% desse contingente. O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de mortes em acidentes de trânsito.
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Por essa razão, o principal e mais procurado benefício na diminuição da velocidade máxima das vias urbanas é a queda na letalidade desses acidentes. Aliás, cada vez mais o setor especializado traz o termo “sinistros”, em vez de acidentes, pois considera-se que eles poderiam ser evitados na maior parte dos casos.
A velocidade está entre os fatores que, quando bem observados, reduzem significativamente as mortes no trânsito. Segundo o Instituto WRI Brasil, a 30 quilômetros por hora, a chance de um sinistro ser fatal é de 10%. A 40 km/h, o índice é de 30%. Já a 50 km/h, a chance de óbito cresce para 85%.
Porém, mesmo nos casos em que pedestres e ciclistas sobrevivem, é comum haver lesões graves temporárias ou permanentes. Isso pode comprometer de forma severa a pessoa atropelada de diversas formas: cognitiva, motora e até mesmo financeira.
Nesse sentido, os cofres públicos também são afetados, seja no socorro e reabilitação, seja com apoio previdenciário. Segundo a Secretaria de Previdência do Governo Federal, o custo total dos acidentes de trânsito para a sociedade representa 5% do PIB, o que soma aproximadamente R$ 295 bilhões.
Há boas razões para acelerar menos. Quanto mais se acelera, mais o motor precisa trabalhar e, portanto, mais combustível é queimado.
Além da poluição do ar, que está entre os principais problemas de saúde vividos nos centros urbanos, a poluição sonora também deve ser considerada. Dor de cabeça e estresse estão entre os problemas mais diretamente ligados ao acúmulo de sons, que são causados, em parte, pela aceleração dos veículos.
Outro fator importante que motiva as cidades a diminuir a velocidade máxima das vias é a acessibilidade de quem é mais frágil. Idosos e crianças são exemplos de pessoas diretamente beneficiadas, que ganham um motivo a mais para saírem de casa com mais frequência.
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O sistema de Visão Zero no trânsito, preconizado pela Organização das Nações Unidas e liderado pela Suécia, defende que os erros humanos devem ser considerados. Uma criança correr para o meio da rua ou um motorista se distrair por um segundo são incidentes comuns, portanto precisam ser considerados. E, quanto maior a velocidade, maior a chance de um desfecho trágico.
Outro benefício de ter carros mais lentos é a segurança dos ciclistas. Essa pode ser a diferença entre se optar ou não por esse modal de transporte, que é mais econômico, sustentável e saudável.
Portanto, motivos não faltam para andar em velocidade moderada, e diminuir a velocidade é apenas o primeiro passo. A ideia final é deixar o carro na garagem e caminhar, pedalar ou usar modais coletivos.
Fonte: WRI Brasil, Previdência Gov.
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