A revitalização das orlas fluviais e marítimas pode ser um grande impulsionador no desenvolvimento das cidades
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A maioria das cidades mais antigas do mundo começou próxima a rios e mares, devido à dependência da água. Assim deu-se o desenvolvimento de áreas comerciais e portos importantes para a consolidação de espaços urbanos.
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O surgimento de novas rotas de transporte da pré-Revolução Industrial até a invenção dos automóveis tirou a centralidade dos espaços próximos à água. Além disso, o crescimento desenfreado das cidades transformou rios urbanos em esgotos que levaram sujeira para o mar. Dessa forma, áreas que eram vibrantes se tornaram degradadas.
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A partir da década de 1950, a preocupação com a preservação do meio ambiente despertou o interesse pela regeneração das orlas urbanas nos Estados Unidos. A ideia se espalhou para a Europa, África, Ásia e, inclusive, para o Brasil. Com isso, as orlas voltaram a ser um vetor dos desenvolvimentos econômico e social para o espaço urbano.
A água é um patrimônio de valor inestimável. O recurso é importante tanto pela biodiversidade da vida aquática quanto pela regulação de temperatura e umidade da atmosfera urbana.
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Rios e mares fazem parte da identidade das cidades que são margeadas por eles. As orlas também são espaços propícios para atividades de esporte e lazer, gerando o interesse tanto dos moradores quanto de turistas.
As orlas florescem quando não permitem a passagem de veículos particulares. A área pode ser acessada tanto pela água, por meio de embarcações, quanto pela terra. O acesso a pé e de bicicleta é um elemento crucial para o sucesso de uma orla, que pode ter um calçadão dedicado para pedestres e ciclovias, criando um clima propício a diversas atividades.
As margens urbanas de rios e mares criam paisagens geográficas únicas. Tanto a vista orientada para água quanto a visão a partir dela podem oferecer a moradores e residentes um banho de história e cultura locais, estimulando a construção de um lugar de reunião da comunidade com atividades de música, dança e teatro, entre outras artes.
As orlas não devem ser limitadas por residência, porque esses locais são propícios para estar sempre cheios de pessoas, tanto durante o dia quanto à noite. As margens da água podem ser utilizadas para festivais, mercados, fogos de artifício, shows, celebrações espontâneas e outras concentrações de pessoas. Empreendimentos residenciais prejudicam a diversidade do uso da orla e criam pressão para impedir o florescimento da atividade noturna.
Um mobiliário urbano bem-posicionado faz toda a diferença. Bancos, cestos de lixo, iluminação e jardinagem adequados não só tornam o ambiente mais agradável como criam uma identidade local. Temporárias ou permanentes, as comodidades ajudam a estabelecer um ambiente de convívio e interação social.
As margens de rios e mares podem se tornar grandes promovedoras do comércio local, desde feiras de artesanato a empreendimentos gastronômicos. O estímulo a iniciativas de pequenos comerciantes ajuda a criar um ambiente com o oferecimento de uma gama ampla de serviços, atraindo um número de pessoas e público de diversos perfis.
Os edifícios e as construções perto de orlas devem aumentar a atividade nos espaços públicos ao redor. De forma ideal, devem ter uma altura baixa e proporcionar uma interação entre as áreas interiores e exteriores. Arranha-céus geralmente criam barreiras físicas e psicológicas ao fluxo de pessoas na orla.
Fonte: Urban-hub, Universidade de Newcastle, Witpress, Project for Public Spaces, Land8, Isocarp.
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