Entenda por que a obra, que é a segunda do tipo no país, divide opiniões
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Polêmicas econômicas e ambientais permeiam a construção da segunda linha de trem-bala dos Estados Unidos (EUA), que deve ligar Los Angeles (Califórnia) a Las Vegas (Nevada). O empreendimento pretende competir com outros meios de transporte e foi “abraçado” pela Brightline, a única companhia ferroviária privada de locomoção de passageiros do país.
A empresa acredita que as vantagens das viagens dos trens-bala são indiscutíveis. Veja-as a seguir.
Em um ano, 3 milhões de veículos devem ser retirados das estradas, reduzindo a emissão de 400 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) do meio ambiente.
Trens-bala utilizam cerca de 12 vezes menos energia por quilômetro percorrido quando comparados a automóveis ou a aviões.
A uma velocidade de quase 300 km/h, o trem-bala é ágil e economiza tempo de embarque em relação a burocracias de aeroportos. As linhas devem ainda ser conectadas com estações de metrô.
Oferta de serviços de bordo incluídos no valor da passagem, entre eles alimentação, internet ilimitada e check-in em opções de hospedagem, deve atrair passageiros.
A perspectiva de quem investe é boa, mas não condiz com as previsões de ambientalistas e engenheiros que ponderam questões já enfrentadas na implementação do primeiro trem-bala do país, localizado na Flórida e em funcionamento desde 2018.
Entre as situações consideradas está o fato de o primeiro empreendimento ter previsto mais passageiros do que de fato conquistou, causando prejuízos e recálculo de rotas. Segundo Bent Flyvbjerg, especialista em grandes projetos de infraestrutura, será necessário que muitas pessoas usem o trem-bala para que o meio de transporte seja viável.
Além disso, diferentemente dos EUA, nos países europeus as empresas privadas são responsáveis apenas pela exploração dos serviços ferroviários, já que os custos de construção e manutenção da rede são subsidiados pelo Estado.
Por isso, Stefania Belisario, diretora de Classificações de Infraestrutura da S&P Global Ratings, acredita que promover trens-bala nos EUA é arriscado porque, se o projeto não atender às projeções da Brightline, o poder público pode se sentir obrigado a manter o trem funcionando.
Mesmo diante desse cenário controverso, a Associação Ferroviária de Alta Velocidade dos EUA apoia o projeto e, de acordo com ela, o número de passageiros pode ser ainda maior do que o previsto se houver destinação de recursos de grandes grupos de investidores.
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Fonte: Bloomberg, Brightline, Railway Age.