Para evitar disseminação do coronavírus, Itália paga até 60% do valor das bicicletas para moradores de cidades com mais de 50 mil habitantes
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A Itália aplicará 120 milhões de euros na mobilidade sustentável em 2020, incluindo o bônus para compra de bicicletas, e-bikes e veículos elétricos de micromobilidade.
O incentivo é uma estratégia para reduzir aglomerações e o uso do transporte público na mobilidade urbana em cidades com mais de 50 mil habitantes e capitais regionais, além de municípios de regiões metropolitanas.
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A medida também serve como apoio à indústria nacional do ciclismo. A Itália é o segundo maior produtor mundial de bicicletas. No entanto, os carros são os veículos preferidos para o deslocamento diário no país.
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística italiano, em torno de 16,5 milhões de pessoas utilizavam o automóvel em trajetos cotidianos, enquanto apenas 3 milhões transitam a pé ou de bicicleta.
Qualquer morador da Itália com mais de 18 anos poderá solicitar um voucher para a compra de uma bicicleta nova ou usada, veículos como scooters, hoverboards e segways. O “bônus mobilidade” é limitado a 60% do valor total do gasto ou até 500 euros. O benefício pode ser solicitado apenas uma vez por pessoa no período de maio a dezembro de 2020, mas pode ser requerido por mais de uma pessoa de uma mesma família.
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O bônus mobilidade pode ser utilizado, ainda, como reembolso de compras já realizadas. Para tanto, basta apresentar a nota fiscal. Por enquanto, valem inclusive as transações efetuadas pela internet em lojas de outro país.
O voucher tem validade de até 30 dias, após a liberação pelo governo. O recurso também pode ser utilizado para consertos ou pagamentos de serviços de micromobilidade. No entanto, o benefício não pode ser usado para compra de acessórios, como capacetes, baterias, correntes e cadeados.
Além do bônus oferecido pelo governo, algumas cidades italianas oferecem outros benefícios para incentivar o ciclismo. Milão, epicentro da crise de coronavírus na Itália, pretende construir 50 quilômetros de ciclovias para estarem prontas antes do verão no Hemisfério Norte.
A cidade de Bari, no sul do país, tem um programa de estímulo aos ciclistas há anos. Além de oferecer um subsídio entre 100 euros e 200 euros para compras de bicicletas, o governo municipal paga 25 centavos por quilômetro pedalado no trajeto para o trabalho, com o limite de 400 euros por mês.
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Na cidade de Bolonha, no norte do país, os cidadãos podem usar um aplicativo para trocar seus trajetos realizados por bicicletas por brindes, como ingressos de cinema e até sorvete e cerveja. O sistema recompensa não só pela distância percorrida, mas também pela assiduidade dos ciclistas.
O bônus mobilidade por causa do coronavírus é válido somente para 2020. No entanto, o governo italiano instituiu outro benefício a ser pago para a compra de bicicletas. A partir de 2021, 180 milhões de euros adicionais serão adicionados ao programa de vouchers, que terão como objetivo diminuir a emissão de gases de efeito estufa no país.
Os interessados poderão obter incentivos que variam entre 500 euros e 1,5 mil euros para serem utilizados da mesma forma que o bônus atual, mas também para a compra de bilhetes de transporte público.
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Mesmo quem se beneficiou do bônus mobilidade em 2020 pode solicitar novamente o recurso em 2021. O voucher obtido em 2021 poderá ser utilizado até 31 de dezembro de 2024.
Fonte: Corriere della Sera, Gazzetta dello Sport, Ministério da Infraestrutura e dos Transportes da Itália, Ministério do Meio Ambiente da Itália, Zap Aeiou, Mobilize.
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