Por que o sensor antiesquecimento nos carros é obrigatório na Itália?

23 de abril de 2020 5 mins. de leitura

Multa para quem descumpre a lei pode ultrapassar 300 euros

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Desde 2018, oito crianças morreram na Itália devido ao esquecimento dos pais ou acompanhantes em carros. Para evitar esse tipo de situação, o governo italiano aprovou uma lei que obriga o uso de sensor antiesquecimento nos veículos que transportam crianças menores de 4 anos de idade. A ausência do dispositivo pode gerar uma multa de até 333 euros.

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Uma das últimas mortes foi de uma criança de dois anos esquecida por cinco horas no estacionamento do trabalho do pai, em setembro do ano passado, na Catânia, capital da Sicília. Mas esse não é um problema exclusivo italiano.

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Nos Estados Unidos, 800 crianças morreram dentro de automóveis desde 1998. Na Austrália, 5 mil crianças são resgatadas por ano de veículos fechados, segundo a Kidsafe, fundação de prevenção de acidentes infantis. No Brasil, não existem estatísticas específicas para monitorar os casos de abandono em carros; um estudo, no entanto, conseguiu identificar 45 ocorrências entre 2006 e 2016, nas quais 24 crianças acabaram morrendo.

Na Espanha, existem diversos métodos para evitar o abandono de bebês e crianças em veículos. Alguns oferecem aplicativos para smartphone, e até os próprios fabricantes de carro estão incluindo esses dispositivos nos modelos novos. Há opções que vão além de um simples aviso quando o adulto se afasta do carro. Se a situação de risco persistir por causa da ausência de um responsável, o aparelho pode até alertar contatos da agenda sobre a emergência.

Riscos de deixar uma criança no carro

(Fonte: Unsplash)

Esquecer um bebê ou uma criança sozinha em um carro pode ser considerado crime de abandono infantil e ter consequências fatais. A temperatura do veículo ao sol de 30°C pode chegar a 46°C em 15 minutos e até 56°C em 1 hora. Essa condição eleva a temperatura corporal da criança para mais de 40°C, gerando um golpe de calor em alguns minutos.

Mas esse não é o único risco. Os sistemas de retenção de crianças, como cadeirinhas, têm um tempo máximo de uso, em especial no caso de bebês, que não podem viajar muito eretos nem deitados demais.

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A respiração dos pequenos tende a mudar dependendo da postura, portanto a recomendação é limitar ao máximo o tempo que eles passam dormindo nesses equipamentos. E é importante não se afastar do veículo com eles dentro, mesmo que isso possa significar tirá-los do sono.

O que diz a lei italiana que obriga o sensor antiesquecimento

(Fonte: Unsplash)

Desde março, os carros que circulam na Itália têm de utilizar sensores antiesquecimento para transportar crianças menores de 4 anos de idade. Para cumprir a regra, existem várias possibilidades: desde cadeiras que integram o sistema de segurança até dispositivos independentes.

As multas previstas para o descumprimento variam de 83 a 333 euros, além de penalidade de cinco pontos na carteira de motorista. Em caso de reincidência no prazo de dois anos, a licença para dirigir pode ser suspensa por 15 dias a 2 meses.

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Os custos desses sistemas giram em torno de 50 euros a 80 euros para dispositivos independentes, mas podem chegar a 300 euros para assentos com a solução antiabandono integrada. O governo italiano oferece um bônus de 30 euros para ajudar na compra. De acordo com a lei, os dispositivos devem ser acionados automaticamente toda vez que o carro for utilizado, e o sistema deve emitir um alarme visual ou sonoro capaz de atrair a atenção de pessoas fora do veículo.

Os sistemas também podem ser capazes de ativar uma comunicação automática para enviar, por meio de Bluetooth, mensagens ou chamadas de celular para o motorista que se distanciar do veículo com uma criança dentro.

Petição questiona a lei

Apesar dos benefícios e da possibilidade de salvar a vida de crianças, existe muita resistência quanto à aplicação da lei. Uma petição encaminhada ao Ministério da Infraestrutura e Transportes da Itália pede a revogação da regulamentação.

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Os autores do pedido alegam que a morte por esquecimento em veículo é muito baixa e argumentam que não são conhecidos os efeitos da exposição de longo prazo de bebês aos dispositivos eletromagnéticos.

Fonte: Hardware Upgrade, OSS Blog, Itália Oggi, Ministério da Infraestrutura e dos Transportes da Itália, Green Me, La República, USA Today

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