Baixa mobilidade social afeta não só a vida do indivíduo, mas também a economia do país
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O Fórum Econômico Mundial conceitua “mobilidade social” como a capacidade que um indivíduo tem de experimentar uma vida melhor do que a dos seus pais. Além disso, esse fenômeno diz respeito a como o background socioeconômico impacta os resultados que uma pessoa atinge na vida.
Dessa maneira, para medir os níveis de mobilidade social de um país, são considerados vários fatores, desde a saúde e a educação da população até a renda dos indivíduos.
A última versão do ranking das nações com o melhor desempenho em relação ao nível de mobilidade social de seus cidadãos foi publicado em 2020 e apontou que a maioria das economias do mundo não está conseguindo fornecer condições para que as pessoas prosperem.
Assim, grande parte das pessoas apresenta o mesmo status socioeconômico de seus pais, o que, muitas vezes, traduz-se na consolidação de desigualdades sociais históricas.
O relatório produzido pela organização, chamado de Índice de Mobilidade Social Global, comparou 82 países e teve como objetivo fornecer insights para que formuladores de políticas públicas possam enfrentar as desigualdades em seus territórios.
Tanto no relatório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial quanto em pesquisa realizada em 2018 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), países nórdicos ocupam as primeiras posições da lista.
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A Dinamarca lidera ambos os rankings, seguida por Noruega e Finlândia. De acordo com o relatório Um elevador social quebrado? Como promover a mobilidade social?, elaborado pela OCDE, para que os descendentes de uma família de baixa renda consigam atingir uma renda média na Dinamarca são necessárias duas gerações. Para Noruega e Finlândia, são necessárias três gerações de pessoas da mesma família. Já a média entre todos os países analisados é de cinco gerações.
Entre os países sul-americanos, o que está em melhor colocação no ranking da OCDE é o Chile, onde são necessárias sete gerações para que uma família tenha renda mais alta e mais qualidade de vida.
No relatório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil aparece na 60ª posição, ficando atrás de outras economias emergentes, como Rússia (39ª posição) e China (45ª posição).
A pesquisa da OCDE também aponta o Brasil como um dos países com menor mobilidade social no planeta. Por aqui, para uma pessoa melhorar as próprias condições de renda e de vida, nove gerações seriam necessárias.
Ainda segundo o relatório da OCDE, o sistema educacional brasileiro é um dos fatores que contribui para o problema. A baixa qualidade do ensino e a falta de acesso a creches por famílias pobres são apontados como fatores que aumentam a desigualdade social brasileira.
Melhorar o gasto com educação e saúde é apontado pela OCDE como solução para o nosso problema de mobilidade social. De acordo com o relatório, alguns programas são exemplos de soluções para melhorar o acesso de adultos à educação profissional, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Outros de distribuição de renda, como o Bolsa Família, também são soluções citadas pela organização.
Fonte: Fórum Econômico Mundial, OCDE