Metrôs e trens registram queda de 82% de demanda na última semana

9 de abril de 2020 4 mins. de leitura

Em torno de 9 milhões de passageiros deixaram de utilizar os sistemas de metrô, trens e VLT por dia nas cidades brasileiras

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Empresas dos sistemas de metrô, trem urbano e Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) têm visto a demanda de passageiros reduzir drasticamente durante a pandemia do novo coronavírus.

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Na última semana, por volta de 9 milhões de passageiros deixaram de utilizar os veículos, o que representa queda de 82% nos 11 milhões de pessoas transportadas em dias normais, de acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

A redução de usuários é crescente, mas as empresas responsáveis continuam em funcionamento, ainda que com diminuição da frota, para garantir a mobilidade, em especial de profissionais de serviços essenciais, como saúde, segurança e comércio de alimentos.

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No entanto, as concessionárias de trens e metrôs têm recursos para operar somente até o início de maio. As perdas de companhias privadas, como Via Mobilidade, ViaQuatro, MetrôRio, SuperVia, VLT Rio e CCR Metrô Bahia, e de empresas públicas chegaram a R$ 271 milhões somente em nove dias do fim de março.

Operação de metrôs e trens

(Fonte: Pexels)

O Metrô do Recife perdeu 76,6% dos passageiros e teve queda de 87,8% na receita por causa do novo coronavírus. No Rio de Janeiro (RJ), o sistema de metrô registrou diminuição de 84% de passageiros, enquanto a redução do movimento na SuperVia, que liga com trens a capital à Baixada Fluminense, foi de aproximadamente 70%.

Em Brasília (DF), o sistema de metrô continua operando normalmente, mesmo com perda de 82,4% de passageiros, e adota medidas reforçadas de higienização. O governo do Distrito Federal, que controla a operação do serviço, argumenta que o funcionamento do sistema de transporte público é essencial à população, inclusive aos profissionais da saúde e de segurança.

Em Teresina (PI), o sistema de metrô chegou a ser totalmente suspenso nos últimos dias de março, por decisão do governo. O mesmo quase acontece em Belo Horizonte (MG), mas por decisão do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro-MG), que anunciou uma greve por causa do risco de transmissão do coronavírus para funcionários e passageiros.

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O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) garantiu a abertura do metrô da capital mineira. E a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô em BH, registrou queda de 85% no fluxo de passageiros.

(Fonte: Pixabay)

As empresas dos sistemas de metrô e trens metropolitanos, representadas pela ANPTrilhos, procuraram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em busca de capital de giro para não pararem as atividades. A instituição prometeu um pacote de medidas de financiamento para os operadores, com recursos garantidos pelo Tesouro Nacional. As empresas do Rio de Janeiro, SuperVia e MetrôRio, deverão ser as primeiras a serem socorridas pelo banco.

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A situação no Rio é mais preocupante, porque todas os operadores do sistema são controlados por empresas privadas, de acordo com técnicos do BNDES. A maioria dos sistemas de trem do Brasil é controlada pelo poder público, como é o caso de São Paulo, e as estatais têm maior facilidade de pedir auxílio se faltarem recursos para operar.

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Fonte: ANP Trilhos, Agência Brasil, Metro CPTM.

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