Mudanças e adaptações essenciais para favorecer a caminhabilidade
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A urbanização tornou a caminhabilidade mais difícil e perigosa. Com a industrialização acelerada e focada na produção de automóveis, as cidades se moldaram a eles. O resultado? Milhões de pedestres mortos em acidentes de trânsito.
É por isso que a mobilidade a pé merece uma atenção especial nas políticas de mobilidade urbana, sobretudo em um cenário onde a mobilidade ativa tem sido incentivada em prol de um planeta mais sustentável.
O conceito de caminhabilidade é proveniente do termo em inglês walkability e usado para atribuir valor aos recursos que favorecem o trajeto a pé, entre eles: acessibilidade, a presença de árvores, atratividade das vias, permeabilidade e segurança. Conheça seis formas de fomentar trajetos a pé nas cidades.
O controle de automóveis é um dos passos primordiais para garantir a segurança de quem anda por cidades movimentadas. Essa é uma das reivindicações feitas pela Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo (Cidadeapé) a partir da Visão Zero: defesa da ideia de que nenhuma morte no trânsito é aceitável.
Outra mudança proposta pelo Cidadeapé é a de que pedestres devem contar com sinalizações direcionadas exclusivamente a eles, bem como informações visíveis para todos. Isso porque elas reduzem a energia gasta com localização e tornam o deslocamento menos cansativo e demorado.
Em Copenhague, capital da Dinamarca, a saída foi apostar na estética. Com fachadas assinadas pelo arquiteto Jan Gehl, as ruas da cidade se tornam convidativas e favorecem a caminhabilidade de mulheres, crianças e idosos para fazer rotas semelhantes às que seriam de carros ou motos.
Em 2012, uma equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo realizou uma visita técnica em Nova York com objetivo de entender medidas usadas para incentivar o deslocamento por pedestres. Uma delas foi o tempo de espera no sinal: enquanto lá, ele chegava a, no máximo, 50 segundos, aqui a espera durava até 130.
Já em 2013, a cidade ganhou uma faixa de pedestres em X. Inspirada em modelos de Tóquio, ela permite a passagem por cruzamentos com deslocamento menor e mais rápido.
Por conta da preferência dada aos carros nos projetos de cidades, as calçadas se tornaram estreitas para dar espaço às vias expressas. A forma encontrada para reverter essa dinâmica é criar faixas no asfalto exclusivas para quem realiza trajetos a pé, como foi feito no Bairro da Liberdade, em São Paulo, onde há fluxo intenso de pessoas.
No planejamento urbano, idosos e pessoas com deficiências têm prioridade. Por conta das dificuldades apresentadas, é preciso criar estratégias de acessibilidade para garantir a mesma dignidade a todos. Calçadas maiores e com piso tátil, semáforos adaptados, rampas e apoio à mobilidade inclusiva são algumas delas.
Melhorias com foco no deslocamento a pé têm apenas vantagens: evitam riscos de doenças relacionadas ao sedentarismo, melhoram a qualidade do ar e ainda incentivam a convivência entre moradores.
Fonte: CET, Cidadeapé, Cidades de Pedestres, Goddard Nasa.