Conheça iniciativas de cidades sustentáveis que mesclam tecnologia e informação no combate ao aquecimento global
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Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 55% da população mundial vivem no âmbito urbano. Até 2050, o número deve alcançar 70%. Apesar de as cidades cobrirem apenas 3% do território global, elas são responsáveis por boa parte das emissões de gases causadores do efeito estufa.
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A boa notícia é que é exatamente em grandes centros que algumas soluções para o planeta têm surgido. Conheça cinco propostas de cidades sustentáveis de intenso fluxo econômico e social.
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A Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece) e a União Internacional de Telecomunicações (ITU) definiram, em conjunto com mais de 300 especialistas do mundo, a definição para cidades sustentáveis.
Para alcançar esse título, uma cidade precisa ser inovadora e usar serviços de informação, comunicação e tecnologia para aumentar a qualidade de vida, garantir a eficiência urbana nas operações e nos serviços e assegurar que atende às metas de respeito social, econômico, cultural e do meio ambiente.
Os indicadores para o monitoramento das cidades sustentáveis foram criados em 2015, e desde então a organização divulga as principais iniciativas e o ranking das cidades mais sustentáveis do mundo.
Um relatório do Fórum Econômico Mundial lançado no início de 2022 pela Schneider Electric e pelo Grupo Enel apresentou abordagens para que as cidades transformem suas matrizes energéticas e consigam neutralizar as emissões de carbono. Segundo o estudo, apenas no Brasil há potencial de redução de 45 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) até 2025, com o uso de equipamentos mais modernos e a otimização de serviços públicos, mobilidade e distribuição de energia elétrica.
Barcelona é um dos exemplos de cidades que utilizaram a tecnologia a favor de iniciativas para frear a poluição. O governo local investe em negócios que priorizem o desenvolvimento sustentável, e novas tecnologias são usadas para enfrentar o aquecimento global, aumentar a eficiência energética e melhorar a infraestrutura de mobilidade urbana.
Um dos exemplos são os mais de 20 mil sensores espalhados pela cidade, que captam dados de qualidade do ar, temperatura e mobilidade. As informações ficam disponíveis em uma plataforma aberta e podem ser usadas em diversas pesquisas e negócios.
A cidade, famosa pelos altos níveis de poluição, tem dado exemplos de como a tecnologia pode ajudar a combater o aquecimento global. Depois de estudos que mostravam que os prédios consumiam 90% da eletricidade da região, iniciativas foram criadas para diminuir o consumo energético e a emissão de carbono.
Além disso, campanhas de gestão de resíduos e sensores de poluição foram empregados. Desde 2015, a cidade reduziu o consumo energético em quase 8%, diminuiu a pegada de carbono em 35% e reutilizou 1,64 milhão de toneladas de resíduos sólidos.
Amsterdã já é famosa pelas soluções de mobilidade urbana não poluentes, com o grande emprego de bicicletas e transportes aquaviários, e desde 2009 o governo local lançou mais iniciativas para tornar a cidade sustentável.
A meta é reduzir as emissões de carbono em 40% até 2025. Entre as iniciativas utilizadas estão a aplicação de sensores em locais públicos para que a iluminação e o aquecimento ou o resfriamento só funcionem quando houver pessoas presentes.
Locais de coworking foram instalados em toda a cidade para que menos pessoas precisem se deslocar por longas distâncias, evitando a queima de combustíveis fósseis. Além disso, os habitantes podem ter acesso aos dados gerados por sensores que estão espalhados pela cidade e pelos prédios.
Uma das principais iniciativas de Oslo é a redução de veículos movidos a combustíveis fósseis. Com uma série de benefícios, a cidade incentiva a compra de carros elétricos, que podem trafegar pelas faixas de ônibus e têm preferência para estacionar nas vagas de rua. Até 2020, 70% dos carros na cidade já eram elétricos, e o número deve chegar a 100% em 2025.
Copenhague foi eleita pela pesquisa do site Disruptive Technologies como a cidade inteligente que mais utiliza tecnologia para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida. O município usa dados em tempo real para melhorar os serviços públicos, desde GPS em ônibus até sensores em esgotos e latas de lixo para otimizar os serviços, diminuído a poluição. Até 2025, deve ser a primeira grande cidade a se tornar neutra em emissões de carbono.
Fonte: UNECE, ITU, Disruptive Technologies, The Guardian