O supercomputador atual em funcionamento, Tupã, está defasado e em operação há 13 anos, mas será substituído por outro, mais moderno e atualizado
Publicidade
Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou a compra de um supercomputador para controlar e alertar sobre eventuais incidentes provocados pelo clima.
Nos primeiros meses de 2023, houve uma série de desastres naturais, acentuados pelo aumento no nível de chuvas. Foi o caso, por exemplo, do que aconteceu no litoral paulistano, em fevereiro. E um supercomputador age justamente para evitar situações como essa.
Mas o custo do aparelho impressiona: estima-se a necessidade de investir R$ 200 milhões no equipamento, vindos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Para que serve e de que forma funciona um supercomputador? Confira a seguir.
O supercomputador tem esse nome pela capacidade de precisão, em especial quando relacionado a possíveis mudanças climáticas e áreas de risco. A máquina mapeia uma série de eventos meteorológicos e climáticos em um período de até seis horas. Dessa forma, auxilia órgãos responsáveis por alertar governos e a população, como a Defensoria Civil.
Outro fator que o diferencia de uma máquina comum é o tamanho, que pode ocupar uma sala inteira. Um fato curioso é que ele não tem uma dimensão exata. Isso porque, com o tempo, outros módulos podem ser integrados, para auxiliar na atualização da tecnologia.
No caso do novo supercomputador que será adquirido pelo governo federal, a expectativa é de que até novembro de 2023 a máquina já esteja completamente instalada. Até 2026, deve ocorrer a montagem definitiva.
Leia também:
A máquina age de forma rápida e precisa, muito antes do acontecimento dos episódios, usando uma série de recursos, como imagens de satélite. Para tanto, utiliza um sistema, o nowcasting, ou “previsão imediata”, em tradução livre.
O supercomputador também conseguirá, com o tempo, estimar eventos em períodos que podem variar de 30 dias a três meses. Além de apontar exatamente a área atingida pelo potencial desastre, ele consegue identificar o volume de água resultante das chuvas que vão acontecer.
Atualmente, o Inpe utiliza um equipamento chamado Tupã. Como está em atividade desde 2010, a máquina é considerada ultrapassada. Em 2021, ela correu o risco de ser desligada por falta de verba para manutenção, que chegava naquele momento a R$ 76 milhões.
Além da defasagem comum a qualquer tecnologia, o Tupã eleva o consumo de energia. Outra questão é que, devido à fabricação antiga, as peças para reposição não são facilmente encontradas quando é necessário fazer alguma troca.
As previsões feitas pelo Tupã auxiliam a Agência Nacional de Energia Elétrica a avaliar e monitorar o sistema elétrico a partir do nível de chuvas e os impactos nos Estados. Outra vantagem de manter um supercomputador é auxiliar a operação dos órgãos de Saúde, que também podem controlar eventuais pragas e riscos no aumento de doenças. Por exemplo, em caso de excesso de chuvas, pode haver mais poças de água, resultando na propagação de larvas de mosquitos causadores de doenças como dengue e zika.
Além do Tupã, outros supercomputadores já foram usados por órgãos como o Inpe, que divulgou uma linha do tempo dessas máquinas. Muitas delas tinham espaço de memória e de disco que hoje são impraticáveis em qualquer computador ou até mesmo smartphone.
São eles:
Fonte: Olhar Digital, Jornal da USP, CPTEC | Inpe, Mundo Geo