Em 23 de março, Florianópolis completa 350 anos, ou seriam 297? Entenda a polêmica do aniversário da capital catarinense
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Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, tem hoje cerca de 570 mil habitantes. Com região metropolitana que conta com aproximadamente 1,2 milhão de moradores, a cidade é conhecida pelas praias paradisíacas e pela economia fortemente influenciada pela área de tecnologia de informação e serviços.
Com turismo relevante internacionalmente, Florianópolis também se destaca por ter alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), tendo o maior entre as capitais brasileiras, segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A história da cidade é mais antiga do que a idade entrega. Estima-se que a ilha principal seja habitada há mais de 4,5 mil anos. Segundo pesquisas, grupos constituídos de caçadores e coletores deixaram marcas em sambaquis e pinturas rupestres.
Segundo a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte da prefeitura de Florianópolis, quando os europeus chegaram ao litoral catarinense, no século 16, a ilha era habitada por povos de grupos de tronco Tupi que já realizavam agricultura e cerâmica e tinham a pesca como atividade principal.
A ilha de Santa Catarina, parte principal do município de Florianópolis, é conhecida pelos europeus desde o século 16, tendo muitas vezes sido utilizada em expedições de diversos países como ponto de abastecimento para quem se dirigia ao sul.
Apesar de haver divergências em relação ao nome da ilha, que aparece em mapas espanhóis antigos com Ilha dos Patos, acredita-se que tenha sido nomeada por ter sido reivindicada por portugueses no Dia de Santa Catarina.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a necessidade de proteger a localidade, o bandeirante Francisco Dias Velho foi designado pela Coroa Portuguesa para habitar e colonizar a ilha. Isso ocorreu em 1673, quando a localidade fazia parte do território de Laguna. Com a chegada do bandeirante, fundou-se o povoamento de Nossa Senhora do Desterro.
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante o século 18, a ilha passou a ser equipada com fortalezas que faziam a defesa do litoral brasileiro. Com isso, a população militar cresceu na localidade. No mesmo século, a chegada de migrantes açorianos foi incentivada pela Coroa Portuguesa, os quais foram fundamentais para o desenvolvimento da agricultura, da indústria e do comércio na região.
Em 24 de fevereiro de 1823, Desterro foi elevada à categoria de cidade e se tornou a capital da Província de Santa Catarina. Assim, houve investimentos para o desenvolvimento urbano e da infraestrutura da cidade. Durante a Proclamação da República, boa parte dos militares de Desterro ficou contra o Presidente Floriano Peixoto e se juntou a insurreições, como a Segunda Revolta da Armada e a Revolução Federalista.
O exército de Floriano Peixoto capturou e executou líderes opositores, fazendo que na cidade restassem apenas autoridades simpatizantes a ele. Assim, em 1894, o nome da cidade foi alterado para Florianópolis, a cidade de Floriano.
Durante o século 20, a capital continuou a se desenvolver, com forte crescimento da construção civil. A Ponte Hercílio Luz, que liga a ilha ao continente, foi inaugurada em 1926, facilitando a conexão da localidade com o restante do País e se tornando um cartão-postal da cidade.
Ao longo dos séculos 20 e 21, Florianópolis passou por um intenso processo de urbanização. Apesar de algumas partes da cidade terem sido planejadas, outras ficaram sujeitas a uma ocupação desordenada. Isto, somado à geografia acidentada da ilha, dificultou o planejamento urbano. No início do século 21, a capital catarinense chegou a ter um veículo a cada dois habitantes, e o trânsito piorava devido à constante presença de turistas, por isso ela ficou conhecida pelo péssimo trânsito e pelo alto índice de engarrafamentos.
Desde então, a cidade luta para mudar esse cenário. Entre as medidas aplicadas estão o aumento da frota de ônibus do transporte público e passagens mais baratas fora dos horários de pico. Além disso, têm-se qualificado a estrutura cicloviária e incentivado o deslocamento ativo.
A polêmica do aniversário de Florianópolis ocorre devido a divergências no entendimento da data de fundação da cidade. Por mais de 250 anos, o “nascimento” foi considerado em 23 de março de 1726, data que marcou a emancipação da cidade, quando a Ilha do Desterro se separou do município de Laguna. Em 2015, a Câmara de Vereadores alterou a data, afirmando que o aniversário deveria ser celebrado considerando ao ano de fundação do município, atribuído à data de chegada de Francisco Dias Velho e do povoamento de Nossa Senhora do Desterro.
Um estudo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina determinou 1673 como o ano mais próximo da colonização. Como não foi possível determinar o dia da fundação, manteve-se a data de 23 de março para o aniversário. Assim, quando a Câmara aprovou a lei, a cidade passou a ter 53 anos a mais.