Cidades fakes são construídas para testar carros autônomos

11 de maio de 2020 3 mins. de leitura

Estruturas recebem ruas, sinais de trânsito e até pedestres falsos

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Para que os carros autônomos possam ser testados sem necessariamente estar em ruas movimentadas de grandes cidades e colocar em risco pedestres e motoristas, a indústria adotou uma solução curiosa: cidades fake.

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São conjuntos de ruas criadas especialmente para testes, com construções, semáforos e sinais de trânsito. Assim, se a tecnologia falhar, tudo ocorrerá em um ambiente controlado.

A segurança sempre foi uma das principais preocupações não apenas dos desenvolvedores de carros autônomos mas também do público. Afinal, a tecnologia precisará ser capaz de reagir a obstáculos nas ruas, especialmente aqueles que podem aparecer repentinamente, como um pedestre, demandando manobras de emergência.

Brasil é o país menos preparado para receber carros autônomos

Esse receio se tornou ainda maior após um acidente fatal envolvendo um carro autônomo da Uber nos Estados Unidos. Embora tenha ocorrido por uma falha da motorista que vistoriava o teste — a presença de humanos nos veículos é obrigatória nos EUA —, o incidente estimulou um cuidado ainda maior por parte das empresas.

Em vista disso, as cidades fake são uma solução interessante para a questão da segurança sem prejudicar o desenvolvimento dos carros autônomos.

Fonte: MCity/Divulgação
(Fonte: MCity/Divulgação)

130 mil metros quadrados de ambiente de testes

A Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, criou uma cidade fake com 130 mil metros quadrados e disponibiliza o ambiente, assim como seus veículos de teste, para diversas desenvolvedoras de tecnologia para carros autônomos. O custo total da MCity foi de aproximadamente 10 milhões de dólares e contou com a parceria de companhias do setor automotivo, como Ford, General Motors, Honda e Toyota.

Radar de penetração de solo torna carros autônomos mais seguros

Embora não possa revelar quais dessas companhias já testaram um carro autônomo na MCity, por questões de segredo industrial, a universidade afirma que mais de 15 empresas utilizaram as instalações desde sua abertura, em 2015.

A cidade tem diversas ruas, pavimentadas ou não, com os mais variados contornos e sinais de trânsito. O objetivo é testar os carros autônomos à exaustão, na maior variedade possível de situações que podem acontecer na vida real. Há até pedestres e animais robôs que aparecem do nada na frente dos veículos.

Fonte: MCity/Divulgação
(Fonte: MCity/Divulgação)

Considerando que os carros autônomos dependem enormemente de sinal de internet e GPS, a cidade fake inclui também vegetação densa, túneis simulados e superfícies refletivas. Assim, é possível saber como as máquinas reagiriam em condições que prejudicam justamente os equipamentos que fazem o carro autônomo funcionar.

Tecnologia autônoma é grande aposta da Coreia do Sul

Um ambiente de testes para carros autônomos também foi construído na Coreia do Sul, em 2018. A K-City tem 320 mil metros quadrados e foi a primeira cidade fake do mundo com tecnologia 5G. Esse tipo de conexão, muito mais rápida e estável, é considerada essencial para o desenvolvimento e a popularização dos carros autônomos.

Fonte: Transpolis/Divulgação
(Fonte: Transpolis/Divulgação)

Na França, 15 entidades, entre bancos, empresas do setor automotivo e de transportes, reuniram-se para criar a maior cidade fake da Europa: Transpolis tem 80 hectares ou 800 mil metros quadrados. As instalações foram inauguradas em agosto de 2019.

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Fonte: MCity, Transpolis, Direct Industry

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