Modelo inovador será lançado em São José dos Campos, no interior de São Paulo
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Depois de cogitar a construção de um ônibus de trânsito rápido (BRT), São José dos Campos (SP) decidiu adotar um modelo inovador para seu novo corredor de mobilidade: a cidade terá o primeiro veículo leve sobre pneus (VLP) elétrico e articulado do Brasil.
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Durante a criação do projeto, representantes da prefeitura viajaram à China para conhecer soluções de mobilidade, além dos ônibus convencionais movidos a combustíveis fósseis, mais poluentes, e dos veículos sobre trilhos, como trens e metrôs, que demandam investimentos mais altos. O VLP acaba oferecendo o melhor dos dois mundos, já que os veículos são elétricos, mas continuam se movendo sobre pneus, com menor custo de infraestrutura.
A iniciativa foi anunciada no início de agosto, e a previsão é que os primeiros veículos sejam entregues à prefeitura em outubro de 2021, construídos pela chinesa BYD em parceria com a brasileira Marcopolo. Serão fornecidos 12 VLPs com capacidade para 168 passageiros cada (60 sentados e 108 em pé) ao custo total de R$ 34 milhões.
Os VLPs serão movidos por quatro motores ligados diretamente aos eixos com potência máxima de 804 cavalos, alimentados por baterias de fosfato ferro lítio (LifePO4) com autonomia de 250 quilômetros. Uma carga completa das baterias leva três horas, e a ideia é que elas sejam carregadas apenas nas garagens.
Para o conforto dos passageiros, haverá poltronas estofadas, entradas USB, monitores no teto e alto-falantes para entretenimento e informações. Para a segurança, os VLPs de São José dos Campos terão seis câmeras de monitoramento, sendo duas delas com sensores infravermelhos. A nota da prefeitura explica que a acessibilidade para cadeirantes será completa, contudo não há informações sobre a integração com outros modais, como espaços para carregar bicicletas.
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É interessante observar que o projeto prevê novas necessidades de higiene decorrentes da pandemia de covid-19: os VLPs vão incorporar tecnologias da Marcopolo para biossegurança, como um sistema de desinfecção do ar com raios UV-C integrado ao ar-condicionado, além de acabamentos com aditivos antimicrobianos em poltronas, balaústres e apoios.
Segundo o Secretário de Transportes de São José dos Campos, Paulo Guimarães Júnior, o investimento na tecnologia e no conforto dos veículos deve torná-los mais atrativos para a população. “Estamos acreditando muito no projeto da Linha Verde como um atrativo de demanda, por isso optamos por um veículo diferenciado, moderno e confortável”, afirmou em entrevista ao portal Mobilize.org.
Os VLPs vão circular por um novo corredor de mobilidade de São José dos Campos batizado de Linha Verde, que vai ligar as zonas sul e leste, as mais populosas do município, passando pela região central. Para isso, será realizada a requalificação das vias, com uma primeira fase conectando a Estrada do Imperador (região sul) ao Terminal Intermunicipal (região central).
Essa obra será colocada em prática pelo Consórcio Projeto Linha Verde, formado pelas empresas Compec Galasso e Geosonda, ao custo de R$ 55 milhões — R$ 30 foram concedidos pelo governo estadual. A segunda fase do projeto prevê a finalização da Linha Verde até a zona leste de São José dos Campos, permitindo que a população se desloque até o Parque Tecnológico sem passar pela Via Dutra.
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Dessa forma, o sistema atende a uma demanda antiga por uma ligação mais eficiente entre as regiões populosas. A cidade já tem mais de 700 mil habitantes e 2,5 milhões de pessoas em sua área metropolitana, com grande movimento pendular de trabalhadores dos municípios vizinhos. No início, a perspectiva é que a Linha Verde atenda a 22 mil passageiros por dia, com capacidade para chegar a 50 mil.
Fonte: Via Trolebus, Prefeitura de São José dos Campos, Mobilize.org
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