A cidade foi povoada por indígenas, franceses, holandeses e portugueses e guarda atrações turísticas diferenciadas, sobretudo as praias
Publicidade
A cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, celebra a data de sua criação anualmente sempre no dia 5 de agosto. Em 2023, o município completa 438 anos e, de certo modo, está entre as cidades mais antigas do Brasil.
Diferente de outras localidades brasileiras que, durante a colonização portuguesa, foram criadas a partir de designações como aldeias, povoados ou vilas, com ela o processo foi diferente. A seguir, entenda o porquê, além de conferir os principais pontos turísticos da região.
Em meados dos anos 1500, época em que o Brasil atraiu a atenção de outras nacionalidades para além de Portugal, devido ao seu potencial exploratório e extrativista, João Pessoa foi um desses destinos.
A região, então densamente povoada por indígenas, inclusive os Tabajaras, passou a ser explorada pela Coroa Portuguesa, sobretudo em razão da extração do pau-brasil. Entretanto, não foi apenas Portugal a praticar tal feito. Os franceses também vieram para cá e passaram a fazer uso da madeira, porém de forma clandestina, traficando o recurso para a França.
Tamanha foi a preocupação dos portugueses sobre o avanço francês que decidiram avaliar melhor as perdas e danos, contando com a ajuda dos indígenas que habitavam a região. Por volta de 1574, foram iniciados alguns embates, em razão de um considerável número de pessoas brancas que estavam sendo mortas na ocasião pela luta de terras e pela exploração de matéria-prima.
Leia também:
Em 1585, o Ouvidor Geral da Capitania da Bahia, Martim Leitão, chegou no local a fim de verificar a construção de fortes e também para tentar expulsar os franceses que ali viviam, além de grupos indígenas formados por Tapuias e Potiguaras. Para tanto, foi necessário estabelecer novo acordo com as referidas tribos, no dia 5 de agosto, selado à direita do rio Sanhauá, em uma colina onde hoje está sediada a cidade de João Pessoa.
Na mesma data é comemorado o Dia de Nossa Senhora das Neves, tornando-se a padroeira do município que, em um primeiro momento, recebeu o nome da santa. Depois, foi chamado de Felipéia, em homenagem ao espanhol Felipe II, filho de Isabel de Portugal, coroado rei português entre os anos de 1581 e 1598.
Um pouco depois, foi a vez dos holandeses quererem marcar território na região, então atraídos pelo açúcar que ali era produzido em mais de 18 engenhos. Tanto tentaram que tiveram êxito na invasão, trocando o nome da cidade para Frederistadt em 1634.
O termo pode ser entendido como Frederícia ou Frederica, uma homenagem ao príncipe holandês Frederico de Orange. Tempos depois, entre 1654 e 1655, os portugueses conseguiram retomar seu posto, liderados por João Fernandes Vieira, que assumiu a Capitania da Paraíba.
Anos depois, até 1930, a capital paraibana foi chamada de Paraíba do Norte. A partir daí, trocou-se o nome para João Pessoa, em homenagem ao então Presidente do Estado que havia sido vítima de um assassinato.
Atualmente, a cidade conta com um pouco mais de 830 mil habitantes, chamados de pessoenses, e um PIB per capita de R$ 25.402,17, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O município integra o litoral da região Nordeste, com uma série de atrativos para turistas que o visitam.
Para quem busca descobrir o município paraibano, confira a seguir 5 atrações turísticas mais conhecidas:
Por ser banhada pelo Oceano Atlântico, João Pessoa tem inúmeras praias, entre elas a do Cabo Branco, com boa infraestrutura, calçadão para passeio, quiosques e restaurantes. A água costuma ser quente e limpa, além de ser um ambiente considerado tranquilo.
Nas imediações, os turistas também podem visitar o farol do Cabo Branco, de onde se tem uma vista privilegiada da região, no ponto oriental da América do Sul.
Algo que chama atenção é o formato triangular da construção, semelhante a uma planta de sisal, da qual são retiradas as fibras para produção de tapetes, cordas, entre outros utensílios.
Uma formação de recifes escondida a 1.500 metros adiante da Praia de Tambaú oferece aos visitantes um conjunto de piscinas naturais de águas cristalinas durante a maré baixa.
Para quem deseja se aventurar, é preciso ir de barco, geralmente catamarã, para chegar até o local. Isso ocorre por ser distante da praia, não sendo recomendado ir a nado.
Inaugurada em 1589, a Igreja de São Francisco, que integra o Centro Cultural São Francisco do qual o Convento de Santo Antônio também faz parte, é outra opção de passeio a se fazer no centro histórico de João Pessoa.
A construção, que somente foi concluída em 1788, segue o estilo barroco-rococó e foi tombada em 1952, sendo considerada um Patrimônio Histórico.
Já para quem não perde a oportunidade de comprar lembrancinhas sempre que viaja, o mercado de artesanato paraibano pode ser uma fonte interessante.
No local, é possível encontrar itens como exemplares típicos bordados, bebidas, peças em couro, entre outros tipos de artesanato a preços acessíveis.