Em quais regiões brasileiras o modal individual motorizado predomina?

13 de outubro de 2023 4 mins. de leitura

Estudo da CNI elencou as regiões metropolitanas que mais utilizam o transporte individual.

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A participação de diferentes modais na mobilidade brasileira, que tende a ser desigual, torna evidente uma série de entraves que impactam desde o deslocamento diário da população, até a oferta e a qualidade dos serviços públicos.

Pensando nisso, torna-se imprescindível tanto avaliar o cenário atual quanto estabelecer paralelos com outras localidades que desenvolveram dinâmicas semelhantes, o que tende a auxiliar na oferta de soluções variadas. Nesse sentido, um estudo realizado pela Confederação Nacional da indústria (CNI) se mostra bastante útil.

Publicado neste ano, o documento elenca diversas propostas de modernização para a mobilidade urbana, ao mesmo tempo em que apresenta dados robustos que espelham a realidade brasileira. Confira, abaixo, quais foram os principais pontos destacados na pesquisa realizada.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Segundo levantamento da CNI, a região metropolitana de Curitiba apresentou a maior participação no uso de transportes individuais.  (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Estudo elenca regiões metropolitanas que priorizam o transporte individual

Em se tratando da divisão dos modais, o estudo estabeleceu comparação entre diferentes regiões metropolitanas (RMs), o que oferece uma melhor perspectiva dos desequilíbrios presentes a nível nacional.

A RM de Curitiba (PR) é destacada como a que apresenta o maior uso de veículos destinados ao transporte individual, com 49%. Enquanto isso, o transporte público responde por 25,7% das viagens realizadas, e a mobilidade ativa, por 25,4%.

A RM de Campinas (SP) vivencia um cenário semelhante e aparece na segunda posição no ranking geral, com 44,6% das viagens realizadas em meios de transporte individual. Ao mesmo tempo, 33,6% ocorrem via transporte público e 21,8% por meio da caminhada ou do ciclismo.

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A região metropolitana do Distrito Federal segue logo atrás, com 34,6% das viagens em carros, motos e demais veículos individuais, enquanto o transporte coletivo segue com maior participação, de 37,4%; e a mobilidade ativa, com 28%.

A RM de Belo Horizonte (MG) já se destaca por ter participação mais expressiva na mobilidade ativa: 38% das viagens são realizadas por meio dela. O transporte público e o individual motorizado aparecem com 31%, com um equilíbrio mais visível.

Na área de São Paulo, o percentual de deslocamento com veículos individuais, por outro lado, é de 30,6%, o que coloca a cidade no quinto lugar nesse quesito. Enquanto isso, 32,7% dos deslocamentos ocorrem por caminhada e bicicleta, enquanto 36,6% se dão por meio de trens, ônibus e metrô.

Santiago, no Chile, apresenta participação expressiva de veículos destinados ao transporte individual (Fonte: Getty Images/Reprodução)
RM de Montevidéu apresenta participação expressiva de veículos destinados ao transporte individual. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Paralelos com outras regiões metropolitanas da América do Sul

A média nacional aponta que as viagens com meios individuais alcançam os 28,32%, enquanto o transporte coletivo apresentaria um valor maior, com 38,97% dos deslocamentos realizados. Já a mobilidade ativa estaria com 32,71%.

Ao realizar uma comparação com outras localidades da América do Sul, por outro lado, é possível observar como a região metropolitana de Montevidéu, no Uruguai, tem uma aderência mais expressiva do transporte individual, com 37,4% – um valor inferior ao registrado em determinadas regiões brasileiras, o relatório destaca.

Com o transporte público, o percentual nessa área alcança os 26,5%, e a mobilidade ativa, por sua vez, está em 36,1% do total. Esse último indicador se aproximaria apenas do observado nas RMs de Salvador (36,2%), Belo Horizonte (38%) e Recife (40%), que apresentam uma participação mais expressiva.

Já a região metropolitana de Buenos Aires, na Argentina, por outro lado, dá uma amostra de como as viagens com automóveis e motos podem ter uma menor aderência. Por lá, a média é de 23,3%, um valor inferior às viagens realizadas por ônibus e trens (43%) e mobilidade ativa (34,9%).

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