Transporte coletivo fluvial: é possível?

16 de novembro de 2023 4 mins. de leitura

Saiba como diferentes cidades estão adotando o transporte via barcas

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O transporte por meio de veículos motorizados é o que predomina em boa parte do País, dada a maior cobertura do transporte rodoviário, mas isso não significa que em determinadas regiões ele seja o mais procurado pela população.

Isso porque, considerando que a expressiva presença de rios no território brasileiro, as águas muitas vezes são encaradas como um meio para o deslocamento, de modo que elas tenham seu curso aproveitado para o transporte de cargas, mas também de passageiros, evitando até mesmo que determinadas áreas fiquem isoladas.

É o caso do transporte via barcas, que é oferecido por serviços particulares, mas também pelas prefeituras de determinadas localidades, como reflexo da aposta de mitigar os principais problemas de mobilidade urbana. Entenda melhor como ele funciona e confira projetos que preveem a sua maior adoção.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Em Belém, o transporte fluvial é realizado por meio de navios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Prefeitura de Belém, no Pará, investe em transporte coletivo fluvial

sistema de transporte municipal fluvial funciona de forma similar à de uma linha de ônibus: a barca, ou navio, comporta uma determinada quantidade de passageiros, que pode ser superior à de um ônibus convencional, e faz paradas em pontos pré-determinados, oferecendo uma alternativa de deslocamento a custo reduzido.

Belém, no Estado do Pará, é uma das localidades que aderiram a esse modelo e têm investido na sua expansão. Por lá, além da travessia Icoaraci-Cotijuba, houve a entrega da linha municipal fluvial para Mosqueiro em julho deste ano, com o objetivo de oferecer uma melhor conexão entre distritos.

Assim como no transporte de ônibus, trens e metrôs, a meia-tarifa e as gratuidades se fazem presentes, em atendimento ao determinado em legislação. Além disso, a linha fluvial para Cotijuba tem capacidade para 540 passageiros, permitindo, assim, que um número maior de pessoas possa se deslocar para o trabalho, escola e demais localidades no dia a dia.

Vale destacar que a linha ainda tem se apresentado como uma alternativa para fomentar o turismo, uma vez que também é procurada por quem está conhecendo a região.

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(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Com a expansão do transporte aquaviário de passageiros, a expectativa é de reduzir os congestionamentos e o tempo de deslocamento no Rio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Proposta de transporte fluvial de passageiros no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o transporte coletivo via barcas já se encontra em operação nas águas da Baía de Guanabara, onde 17 embarcações, operadas pela CCR Mobilidade, permitem que 20 milhões de pessoas se desloquem anualmente.

Uma proposta que pretende ampliar esse uso já se encontra em andamento. A fim de reduzir parte dos problemas que afetam o ir e vir das pessoas e reduzir a dependência dos veículos motorizados, a prefeitura promoveu em março deste ano uma consulta pública acerca da implementação do transporte aquaviário nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá.

A ideia é entregar pelo menos 16 linhas de forma gradual, permitindo que outros pontos importantes da cidade estejam conectados também por este modal, como o Barra Shopping e o Parque Olímpico. Para isso, dois tipos de embarcações estariam disponíveis: uma maior, com capacidade de 120 passageiros, e outra menor, capaz de comportar até 42 pessoas.

Uma vez iniciada, haveria 47 barcas em operação, com previsão de serem 91 ao total e, assim, oferecer um transporte que possibilite o deslocamento de 90 mil usuários diariamente. Uma vez dado andamento ao processo de licitação, implementação e entrega do projeto, ele deverá estar sob concessão pelo período de 25 anos.

Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro, Prefeitura de Belém do Pará, CCR Mobilidade

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