Estações do metrô de SP passaram por alterações recentemente e são alvo de críticas; entenda o motivo
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A mudança no nome das estações do metrô de São Paulo virou assunto na gestão do atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que assumiu em 2023. Porém, a verdade é que essa questão já foi considerada em diversos momentos ao longo dos últimos anos, como visto em 2018, quando a estação Liberdade da Linha 1 – Azul foi renomeada para Japão-Liberdade.
Além do fato de se tratar de uma modificação em estações que são conhecidas por um determinado nome há anos — décadas, em muitos casos —, o risco de gerar confusão e mesmo os custos envolvidos na alteração da nomenclatura são apontados como pontos focais nas críticas realizadas.
Por outro lado, o governo entende que a mudança, ao promover uma nova forma de identificação com uma determinada localidade, também pode ser usada para fins publicitários, dando espaço à prática de naming rights.
Desde 2021, a venda de naming rights foi oficializada no Estado de São Paulo, iniciando com a publicação de seis editais de licitações. Nesse tipo de prática, que faz uso das instalações do meio de transporte, empresas adquirem o direito de ter seu nome ligado a uma determinada estação por um período, aumentando a sua visibilidade.
Ao mesmo tempo, a administração arrecada fundos, que podem ser revertidos para a melhoria do próprio sistema do metrô, ou para custear a sua operação em um cenário em que há queda de arrecadação na sua principal fonte de renda: a tarifa cobrada dos passageiros.
Esse processo, de uma forma geral, envolve a substituição das placas de sinalização, mapas fixados e placas de identificação nos vagões, que passam por alterações para se adequarem à legislação.
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Assim, novas modificações já se fazem presentes nesse sentido: na Linha 4 – Amarela, operada pela CCR Mobilidade, a estação Paulista foi renomeada em abril deste ano, passando a se chamar Paulista Pernambucanas. O contrato que estipula a alteração, a princípio, tem validade de cinco anos.
Processo semelhante ocorreu com as estações Penha e Carrão, na Linha 3 – Vermelha do metrô. Com a mudança, elas passaram a atender pelos nomes Penha Lojas Besni (em 2022) e Carrão Assaí Atacadista (desde 2021), respectivamente. Já na Linha 1 – Azul, a estação Saúde foi renomeada para Saúde Ultrafarma em 2022.
Os críticos ainda apontam que, para que mudanças desse tipo ocorram, consultas públicas se fazem necessárias. Fato é que mesmo estações que não foram inauguradas podem ser alvo dessa alteração, como ocorrido com a estação Paulo Freire, integrante da Linha 2 – Verde, com previsão de ser entregue em 2026.
Nessa proposta do governo, que defendia que a estação Paulo Freire passasse a se chamar Fernão Dias, apesar de ter sido inicialmente levada adiante, teve a alteração vetada pela justiça no final do mês de maio, em atendimento a um recurso que foi apresentado.
Como argumento, foi destacada uma lei em vigor na capital paulista. Ela estipula que nenhum espaço público pode atender pelo nome de figuras associadas a crimes contra a humanidade ou violação de direitos humanos — indo em oposição à ideia de utilizar o nome do famoso bandeirante.
Apesar da defesa apontar que a decisão teve como base consulta pública, com maioria dos votos favoráveis, a justiça entendeu que não havia elementos o suficiente para justificar a mudança. E uma vez ocorrida, ela ainda poderia induzir passageiros ao erro durante o deslocamento, considerando que a referida estação estará localizada na Avenida Educador Paulo Freire.
Fontes: Via Quatro, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, MetroCPTM, Estadão