Conheça as estratégias de transporte público das cidades com a melhor mobilidade urbana do mundo
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Para quem está acostumado com as ciclovias das cidades brasileiras, que muitas vezes são insuficientes e malconservadas, é difícil imaginar uma cidade em que 40% da população optem por trafegar de bicicleta. Esses locais existem, e o investimento público na melhoria da infraestrutura para deslocamentos de mobilidade ativa e na qualificação dos meios de transporte garante que os cidadãos tenham boas experiências na hora de se deslocar.
Confira cidades que são conhecidas pela qualidade da mobilidade urbana e que viraram referência no assunto.
Para que uma cidade populosa como Hong Kong, que tem mais de 6 mil habitantes por metro quadrado, funcione corretamente, o transporte público precisa ser primoroso — e é.
Segundo uma pesquisa do Instituto McKinsey, que analisou o transporte urbano de grandes cidades e as ranqueou de acordo com disponibilidade, eficiência, conveniência, preço e sustentabilidade, Hong Kong se destaca. Isso se deve, em grande parte, ao Mass Transit Railway (MTR), um sistema de trem urbano com mais de 218 quilômetros de extensão, 159 estações e conexões com várias localidades do entorno.
O sistema é barato, tem taxa de pontualidade quase perfeita e polui menos do que ônibus ou carros particulares. Não é à toa que 90% da população usam o transporte público.
Copenhague é uma das cidades com a melhor infraestrutura para ciclistas. Segundo um estudo da Cycling Embassy of Denmark, cerca de 45% da população usam bicicletas para se deslocar diariamente.
O sucesso do modal se deve ao pesado investimento em infraestrutura. Toda a cidade é coberta por ciclovias, e a maioria delas têm duas pistas e sinalização específica. Além disso, os semáforos da cidade são programados para reconhecer ciclistas e veículos e podem ficar mais tempo abertos para as ciclovias quando há aproximação de grandes grupos em bikes.
Copenhague ainda conta com vários modais de transporte, como metrôs, ônibus e trams (uma espécie de bonde elétrico que transita sobre trilhos nas ruas). Os cartões para pagamento permitem a integração em qualquer modal.
Falando em bikes, não podemos deixar de citar a capital holandesa. A cidade não ficou conhecida pelas bicicletas à toa, já que estima-se que Amsterdã tenha 800 mil habitantes e cerca de 880 mil bicicletas. O meio de transporte faz parte da cultura da população, e as políticas de trânsito são voltadas para dar preferência à bicicleta e aos deslocamentos a pé.
A cidade também tem uma grande rede de meios públicos de transporte, como trem, trams, metrô, ônibus, barcos e trens de alta velocidade que ligam a cidade a outros locais importantes, como Bélgica e França.
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Zurique também segue o modelo que deu certo em outras cidades europeias, com forte investimento em bicicletas e no deslocamento a pé, além de ter uma variedade de modais, como ônibus, trens e trams. O diferencial da cidade, porém, é o investimento em tecnologia, pois Zurique tem mais de 4 mil sensores instalados monitorando o trânsito, o que permite bloquear vias e desviar rotas sempre que preciso.
A cidade-estado de Singapura se destaca em mobilidade urbana principalmente pela eficiência, pela pontualidade e pelo preço baixo do transporte público. Os modais mais utilizados são trens, ônibus e metrôs, e pesquisas demonstram que 80% da população estão satisfeitos com o sistema público.
A capital francesa também aparece nos rankings de cidades com boa mobilidade urbana. O grande trunfo é o metrô, o segundo mais visitado da Europa, atrás apenas do de Moscou (Rússia). O metrô de Paris tem 214 quilômetros de extensão e 303 estações que são muito bem distribuídas entre o centro e os subúrbios. O sistema de pagamento com cartão gera descontos e permite integração com outros modais.
Berlim tem um sistema de transporte público no qual transitam mais de 1,5 milhão de pessoas por dia, tudo com extrema pontualidade. A maior parte do transporte é feita por trens rápidos embaixo da terra. Nos horários de pico, a espera não ultrapassa 5 minutos. Além disso, a micromobilidade e a mobilidade ativa são muito incentivadas.
Todas as cidades citadas têm forte investimento para dar condições para a população se deslocar de bicicleta e ter várias opções de transporte público. Infelizmente essas diretrizes são difíceis no Brasil, onde há grande dependência dos modais rodoviários e poucas cidades investindo em boas malhas cicloviárias.
Fonte: Ohmobi, McKinsey, Channel New Asia, Cycling Embassy of Denmark, ThinkSeg.