A pandemia acelerou mudanças em direção à mobilidade urbana sustentável que estavam sendo discutidas há anos
Publicidade
O debate sobre a descarbonização da economia, em especial dos meios de transporte, não é novo. A necessidade de uma mobilidade urbana sustentável está sendo demonstrada há décadas.
Já conhece o Estadão Summit Mobilidade Urbana? Saiba o que rolou na última edição do evento.
Com a paralisação das atividades econômicas por conta da pandemia, os índices de poluição no mundo despencaram, de acordo com imagens da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA). As cidades apresentaram quedas nos fluxos de veículos nas ruas e, com isso, também caíram os níveis de dióxido de nitrogênio (NO2) no ar.
Esse fato chamou a atenção das autoridades sobre a importância de uma mudança significativa na matriz energética dos transportes e muitos governos estão aproveitando a necessidade de investimentos vultosos para a retomada econômica a fim de direcionar esforços e recursos financeiros a ações mais sustentáveis.
O chamado bike boom também foi uma tendência sustentável. Durante a pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou a bicicleta como veículo seguro para o deslocamento. Em todo o mundo, isso provocou um aumento de interesse pelas bikes e a necessidade de abertura de novos espaços para circulação segura dos ciclistas.
Devido ao baixo custo e à rapidez de implantação, as ciclovias temporárias se mostraram um importante instrumento para a mobilidade urbana sustentável durante o surto de covid-19. Em alguns casos, as também chamadas ciclovias pop-up foram acompanhadas de um ligeiro aumento das ciclovias permanentes, como ocorreu em Recife.
Algumas metrópoles, a exemplo de Bogotá, foram mais ousadas e aproveitaram o momento para incentivar efetivamente a mobilidade ativa ao ampliar de forma significativa a sua rede cicloviária.
Houve também outros estímulos para o uso da bicicleta, como a concessão de vouchers para compras ou conserto dos veículos, como aconteceu no Reino Unido e em diversos outros países europeus. Todas essas ações mostram que as bikes vieram para ficar nas ruas de todo o mundo.
Diversas cidades aproveitaram a pandemia para reduzir as vias destinadas aos carros e aumentar os espaços para pedestres e ciclistas. Além de incentivar a mobilidade ativa, as ações de “ruas abertas” são uma forma de proporcionar novas áreas para o deslocamento de pessoas e o lazer durante a pandemia, garantindo o distanciamento físico mínimo.
Apesar de ter sido expandida durante a crise sanitária, a experiência não é nova. Buenos Aires, Paris, Bruxelas e Nova York já adotavam, desde o início deste século, medidas semelhantes de forma temporária ou permanente.
Os projetos de mobilidade urbana sustentável também incluem a mudança de matriz energética dos transportes. Combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, já estavam sendo banidos gradualmente pela legislação europeia, mas antes da crise sanitária ainda não havia um investimento mais robusto em motores elétricos.
Agora, a situação está completamente diferente e a mudança de matriz energética não é mais somente uma necessidade ambiental, mas também econômica. A União Europeia pretende investir pesado na retomada verde para impulsionar a geração de empregos, com programas amplos que devem mudar o perfil da indústria automobilística.
O exemplo mais claro disso é a Alemanha, conhecida como “o país dos automóveis”. O governo alemão criou um Fundo de Transformação com 2 bilhões de euros para livrar as empresas da falência ao mesmo tempo que incentiva a digitalização do setor. Os recursos devem ser investidos em uma infraestrutura para uma rede de recarga de carros elétricos, entre outras ações inovadoras.
Fonte: New York City, Estadão Summit Mobilidade.
Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade do Brasil