Planejamento urbano é capaz de impactar diversas dinâmicas, influenciando até mesmo o comportamento da população
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A ideia de idealizar uma cidade no papel antes que ela fosse concebida no solo esteve muito presente na mentalidade de planejamento urbano nos séculos 19 e 20 no Brasil e no mundo.
Tido como uma forma de reduzir a desorganização nos anos seguintes ao surgimento, o planejamento leva em consideração uma gama de detalhes, indo além de promover um acesso mais facilitado entre diferentes localidades. Na ausência dele, diversos problemas ficam evidentes, ampliando a desigualdade e a falta de infraestrutura, colapsando sistemas.
No Brasil, o processo de planejamento urbano norteou o nascimento de cidades como Salvador (BA), a primeira capital planejada, durante o período colonial. Mais adiante, no período republicano, Belo Horizonte (MG) foi a primeira cidade a ganhar forma nesse modelo.
Planejada por Aarão Reis, ela foi pensada para ser sede do governo de Minas Gerais, sendo uma cidade construída sobre rios e que conta com grande número de praças e parques. Brasília (DF) também figura entre as cidades planejadas do Brasil, sendo sede do governo federal.
Esta última, além de ter vivenciado forte crescimento populacional nas últimas décadas, é desafiada a promover maior uso do transporte público e reduzir a concentração de veículos destinados ao transporte individual.
Pensando nisso, o planejamento das cidades vai muito além de considerar aspectos geográficos, uma vez que o processo engloba a existência de políticas de curto, médio e longo prazos, seja ao buscar evitar o surgimento de problemas futuros, seja fazendo uso estratégico dos recursos disponíveis e promovendo benefícios para a população.
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Para que o planejamento de uma cidade seja bem-sucedido, cabe destacar a importância de o projeto atingir aspectos econômicos, sociais e mesmo culturais e ambientais, além de ter os princípios preservados após a aplicação, evitando que a cidade entre em desequilíbrio futuramente.
Se antes o conceito de cidade planejada era importante, hoje se destaca por ter novas nuances, uma vez que também há projetos de cidades futuristas sendo desenvolvidos pensando em combater problemas vivenciados atualmente de forma mais estratégica, como os congestionamentos e a ausência de áreas verdes.
Além de casos mais famosos, Amaravati, na Índia, trouxe esse último ideal, de modo que 60% da área central da nova capital tenham água e áreas verdes, tornando a localidade uma das mais sustentáveis do mundo.
O projeto também prevê o uso de energia solar e estímulo para que a população priorize o deslocamento a pé, mostrando de forma prática o papel do planejamento no comportamento da sociedade.
Fonte: Cidades Sustentáveis, CAU Minas Gerais, Archdaily, Foster and Partners