Sistema de calefação é pouco usado no Brasil mesmo em regiões mais frias
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Sistemas de calefação consistem em um mecanismo de aquecimento para espaços diversos. Nele, é gerado vapor de “calor”, uma tecnologia muito usada para aquecer ambientes.
Apesar de ser um país tropical, o Brasil tem cidades frias, como Curitiba (PR), onde a temperatura média anual varia entre 10°C e 26°C, apresentando um índice muito semelhante ao da capital argentina, Buenos Aires, onde os termômetros oscilam entre 8°C e 29°C. A diferença é que na cidade dos portenhos o sistema de calefação é popular, mas por quê?
O arquiteto e urbanista Adriano L. Dorigo, professor da Universidade Positivo (UP), explica que mesmo nas regiões onde há mais variações climáticas no Brasil, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, grande parte do Paraná e sul de São Paulo, há questões culturais que fazem poucas construções serem adequadas em termos térmicos.
“Mesmo com as temperaturas externas baixas, as pessoas se habituam ao frio em ambientes internos e optam por usar roupas mais quentes. Por isso, as edificações aquecidas não são valorizadas”, diz Dorigo.
Outra questão pela qual o sistema não se torna comum no país é de um pensamento imediatista que leva à adoção de soluções mais econômicas a curto prazo. “Um bom projeto de arquitetura deve apresentar soluções adequadas ao ambiente, mas as construções deixam a desejar por desinteresse dos próprios usuários”, ele complementa.
Apesar de o Brasil ser majoritariamente quente, algumas estratégias são indicadas para locais onde faz mais frio e não há calefação. É o caso do sistema por aquecimento solar e isolamento térmico.
Essas propostas aparecem em alguns lugares destinados ao turismo, como os municípios da Serra Gaúcha, embora não façam parte da realidade de Curitiba, conhecida como a capital mais fria do Brasil.
Para solucionar esse tipo de impasse, o profissional diz que é necessário conscientizar a população da importância de soluções térmicas. Quanto à possibilidade de revitalizar ou modernizar antigas construções, o arquiteto acredita que é possível, mas os custos devem ser considerados — aliados a uma mudança de cultura.
Na opinião de Dorigo, o poder público pode atuar como agente de educação e conscientização, divulgando o papel que condições adequadas de habitação têm para o bem-estar, saúde e desempenho das pessoas.
Isso tudo só será alcançado a partir de um conjunto de ações. “Um sistema de calefação, por exemplo, vai apresentar um desempenho ainda mais elevado se estiver associado a outras estratégias, como aquecedor solar, isolamento térmico a partir de paredes e esquadrias isolantes, vidros duplos, entre outros”, o professor finaliza.
O sistema de calefação pode ser instalado em cômodos isolados ou distribuídos em todo o ambiente. Diferentes tipos de instalação estão disponíveis no mercado, conheça-as a seguir.
A energia térmica gerada pelos gases de combustão passa por tubulações, radiadores e aquecem a água. O gás natural é o mais ecológico seguro para esse sistema, já que vem da área externa do ambiente.
Esse é o mais utilizado. A eletricidade se transforma em calor por meio de resistores. A temperatura é controlada por termostatos, analógicos ou digitais.
O piso radiante é instalado por meio de fiações, usando eletricidade, fibra de carbono ou água.
Quase como uma lareira, esse método usa biocombustível feito a partir de serragem extraída de madeira de reflorestamento, sendo considerado o mais econômico e menos agressivo ao meio ambiente.
O mesmo equipamento que aquece pode resfriar ambientes, mas é recomendado para espaços pequenos e onde o uso será por poucas horas.
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Fonte: AEC, Tecnolatina, Adriano L. Dorigo