Curitiba pode voltar a ter bicicletas compartilhadas

20 de junho de 2022 4 mins. de leitura

Tembici anuncia que aguarda autorização final para começar a atuar na capital paranaense, que não tem serviço de bikes compartilhadas desde a saída da Yellow

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A Tembici, startup de bicicletas compartilhadas, anunciou que só espera a liberação final do município para começar a atuar em Curitiba. A empresa, conhecida pelas bicicletas laranjas patrocinadas pelo banco Itaú, já atua no Brasil nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Pernambuco, Porto Alegre, Brasília, Riviera de São Lourenço (no município de Bertioga) e Vila Velha. Além disso, é presente em Santiago, no Chile, bem como em Buenos Aires e Nordelta, ambas cidades na Argentina.

Se o projeto planejado para a capital paranaense der certo, será a primeira vez que a cidade voltará a ter serviços de bicicletas compartilhadas em dois anos.

Yellow e Grin em Curitiba

No início de 2019, a empresa Grow, fusão da Yellow e da Grin, chegou a Curitiba com patinetes e bicicletas compartilhadas. A cidade, tida como inovadora na questão da mobilidade devido ao vanguardismo do seu projeto de ônibus e seus mais de 220 quilômetros de malha cicloviária, parecia ser uma boa escolha para a empresa. Porém, os resultados não foram muito animadores.

Concentrados no centro e nos bairros nobres, muitos dos veículos foram alvos de vandalismo e tentativa de furto. Chamaram a atenção nos noticiários locais uma bicicleta atirada em um rio e outra que foi furtada e apreendida a 40 quilômetros da capital paranaense. Apesar do início difícil, os veículos compartilhados cativaram usuários fiéis, principalmente entre o público jovem.

Porém, os problemas da companhia começaram a se agravar, e o descaso com os veículos parecia um prenúncio do que viria. Vários vizinhos denunciaram aos jornais de Curitiba que um grande terreno baldio estava sendo utilizado como “depósito” das bicicletas. Não muito tempo depois, no início de 2020, a Grow anunciou a reestruturação dos seus negócios retirando bicicletas e patinetes de Curitiba e de várias outras cidades no Brasil.

Uma das críticas aos patinetes da Grin eram os elevados preços para acessar o serviço. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O que era para ser uma reestruturação logo se mostrou um problema sério, e a empresa começou a vender patinetes e bicicletas para quitar dívidas com os principais credores, entre eles a Caloi.

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Micromobilidade sofre para achar modelo de negócios ideal

A Tembici aposta em um modelo de negócios diferente para não ter os problemas da Grin e da Yellow. Diferentemente do modelo da Grow, em que os veículos eram encontrados por aplicativo e podiam ser deixados em qualquer lugar, a Tembici obriga que os usuários retirem e devolvam as bicicletas em estações espalhadas pela cidade. Isso dificulta a ação de vândalos e ladrões e, consequentemente, diminui os custos com manutenção.

Bicicletas compartilhadas da Tembici devem ser retiradas e devolvidas em estações. (Fonte: Tembici/Divulgação)
Bicicletas compartilhadas da Tembici devem ser retiradas e devolvidas em estações. (Fonte: Tembici/Divulgação)

O sistema de cobrança, que era muito criticado pelos preços altos, principalmente para o uso de patinetes, também é diferente. A Tembici aposta na fidelização do cliente, por isso a principal forma de cobrança é com o plano mensal atrelado a um cartão de crédito. Para quem não quer fazer o plano mensal ou anual, existem opções de aluguel por hora ou day use das bikes.

Outra sacada da startup de bicicletas compartilhadas é a venda de patrocínios e espaços de propaganda nas cestinhas das bikes e nas estações de retirada. Essas opções geram várias novas fontes de receita.

A Tembici planeja iniciar os trabalhos em Curitiba com cerca de 400 ou 500 bicicletas. Resta saber se o modelo de negócios da empresa é sustentável a longo prazo ou se ficará dependente de aportes financeiros como foram as startups Yellow e Grin.

No site Reclame Aqui, as principais reclamações contra a Tembici estão relacionadas a falhas no aplicativo, estações que ficam offline e impedem os usuários de retirar veículos, além de cobranças indevidas no cartão. Outros relatos apontam para um monopólio do uso das bikes por entregadores de aplicativo que deixam usuários sem opção de veículos para serem utilizados.

Quer saber mais? Confira aqui a opinião e a explicação de nossos parceiros especialistas em Mobilidade.

Fonte: Portal do Trânsito, Empresas e Negócios, Tribuna do Paraná, Bem Paraná, Startups.

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